Cultura

A PROMETIDA DE ZORTH 15: ANNA SE DÁ BEM COM O DRONE DE MINO GATO

Minas curtem a noite na Janela da Serra com o cantor Zitor Gopez
Tasso Franco , da redação em Salvador | 18/03/2021 às 09:45
Anna, amiga de Júlia e loba enrustida
Foto: Seramov
       O jornalista Tasso Franco publicou nesta quinta-feira, 18, o 15º capítulo do seu livrom "A Prometida de Zorth - o alfa supremo" no aplicativo wattpad e narra as dúvidas de Júlia sobre o homem lobo e curtida das minas na noite da Serra. Leia abaixo e os demais capitulosno wattpad.

                                                              Capítulo 15

 

                                         ANNA SE DÁ BEM COM O DRONE DE MINO GATO
 

    Júlia retornou a Serra com muitas dúvidas na cabeça. Ainda não sabia quem, de fato, era Zorth, salvo ser empresário dono de um complexo de motos. Viu isso com seus próprios olhos. Dezenas de pessoas transitando entre um pavilhão de outro, uma agencia bancária só para seus clientes, Harleys, Yamanhas e modelos poderosos à venda, um vai e vem impressionante de gente de toda região. Negócio milionário.

    Seu coração continuava caído por ele, porém, tinha certeza de que seria difícil conquista-lo diante das tais tradições de sua família parecendo coisa de cigano, de pagar prenda para casar-se.

    A visita a Raio - ao menos - deu para entender que, de fato, Zorth poderia ter uma prometida, mas, não havia uma certeza 100% disso. Sentia que poderia conquistá-lo com seu olhar, com a força de sua presença. Sentia que ele também se abalava sempre que a encontrava, queria ficar novamente com ele para tirar a prova dos mil, sentir sua pegada, sentir a sua força interior, porém, ainda tinha um longo caminho pela frente.

   Não poderia arriscar. Já fora perseguida e quase morta no pub da Estação, escapou por um triz de despencar num despenhadeiro, tivera a garantia de sua segurança na Festa do Boi Valente e no retorno da Serra na BR, mas, não saberia se isso seria definitivo ou não.

  Tinha conseguido uma conquista no seu primeiro passo para obter a chave do armário do amor quando Zorth lhe deu a garantia de que, no retorno para casa, estaria livre de qualquer ataque ou ameaça.

   Não gostou do olhar enviesado da mulher nariz de árabe que lhe servira chá, temia que ela pudesse ser uma espiã da sanguinária. Não estava enganada em relação a isso embora não tivesse certeza absoluta.

                                                                  *******

   Assim que Júlia saiu da Raio para retornar a Serra, a nariz de árabe passou uma mensagem para Zaram pelo zap dizendo que uma mulher estivera com Zorth em seu escritório e que ela nunca vira se derreter tanto para uma jovem como ele se derreteu.

   Zaram perguntou se ela sabia o nome da jovem e pediu sua descrição física. Como eram seuas feições e que roupa usava.

   A secretária disse que não sabia o nome da jovem, porém, descreveu que tinha belos olhos, encantadores, boca levemente sedutora, cabelos negros a la Malévola, uma mina bem atraente.

   Pela descrição, Zaram não tinha dúvida que era Júlia. Ela que se preparasse. Não queria errar duas vezes. No próximo ataque arrancaria seu pescoço e chuparia seu sangue. Imaginou, também, dar-lhe um aviso pessoal, de mulher para mulher, para ela sair do seu caminho. Iria pensar o que fazer.

     Zorth tinha um compromisso familiar com ela, tradição de milênios e ele jamais a abandonaria por outra. Mas, Zaram também sabia que, desde que o mundo é mundo, deste os tempos bíblicos de Maria Magdalena, de Salomé, que há traições na história. Traições e sangue.

   Tinha conhecimento histórico de que príncipes, reis, rainhas, duques, marquesas e outros coroados tinham mulheres e amantes e ela não queria isso de jeito algum. Zorth teria que ser só sua, todo, integral, e Júlia que fosse procurar seu príncipe encantado noutro castelo, não no dela.

                                                                    *****

    Júlia não avançou muito em conhecimento sobre Zorth. Quem sabe o irmão de luz aparecesse de novo em seu quarto escuro dando-lhe novos conselhos. Não comentaria nada com Theo nem com Anna sobre a visita a Zorth. Seguiria sua vida normal. 

   Tinha horas que dava vontade de mandar tudo a porra e mudar-se para São Paulo. Pelo menos, as favas preliminares que fossem todos.

   Iria programar uma ida com suas amigas ao barzinho Janela da Serra onde Zitor Mopez soltava a voz com sua viola no final de semana e tomar todas. Aliviar as tensões de sua cabeça.

   E assim se programou e foram curtir a noite da Serra.

   Estava Mopez a cantar Elis Regina, Fagner e Raul Seixas quando eis que chega ao barzinho, solo, solteiro, o guapo Theo e um amigo bonitão igual a ele, um super boy, um drone. As meninas que estavam com Júlia se cutucaram.

   Gopez cantava o Trem das 9 de Raul Seixas abrindo a voz e entoando que era o último trem do sertão a partir.

   As meninas convidaram os minos para sentarem com elas. Uma mesa mista, fofocalizante.

    Júlia já conhecia o amigo de Theo. Era o James da Frigô, gente finíssima, veterinário que fora para Dallas fazer um curso em sua área. Nunca tivera vontade de ficar com o tezão. Com Theo poderia até pensar. Já Anna achava James um fodão.

   O gin descia bem, a música era especial. Theo sussurrou no ouvido de Júlia: - Já soube de sua visita a Raio.

   - É coisa! Quem lhe contou bro?

  - Segredo anjo. Um alado da guarda divina veio do céu e falou-me.

   Júlia tinha certeza. Foi Zorth que dera nos dentes. O porteiro da Raio nem sabia quem ela era. Bronco, lhe parecia. A nariz de quibe não era da turma de Theo. Zeno, poderia ser. Mas, chefe de oficina é sempre discreto. Teria sido mesmo Zorth.

    - Zorth não guarda segredo de nada, retribuiu a fala de Theo.

    - E quem disse que foi Zorth? Tenho minhas fontes, assegurou.

    Júlia pensou: como a oficina tinha muitos operários jovens poderia ser um deles. Um graxa mais ousado. É provável. Mas, sabendo da parceria de Zorth com Theo em vaquejadas não havia dúvidas.

   Prolongou a conversa: - O que falou Zorth sobre minha pessoa?

   - Você está querendo saber demais. Vamos ouvir música que é melhor. Cantar, apreciar a lua.

  - Não deve ter sido nada bom o que ele falou, Júlia lançou o verde para colher maduro.

  - Bom ou ruim, o certo é que tem gente com coração balançado, comentou Theo tomando uma dose de gim com tônica.

  - Vai ficar balançando, balançando, balançando, sorriu Júlia.

  - Você não sabe a missa metade onde está se metendo. O cara é poderoso.

                                                                       *****

  Enquanto isso James foi ao banheiro fazer xixi. Seguiu-o Anna, sedutora.

  Abordou-o na antessala que divisava os baños de mans e girls.

   Não contou conversa. Ali mesmo espremeu-o na parede e sussurrou no seu ouvido: - Gostoso.

    E passou a mão em suas costas. Com a outra sentiu algo. Abaixou-se, sem muita conversa e fez um serviço. Viu o muleke se tremer de gozo.

   Ela foi ao banheiro lavou a boca e voltou a mesa das meninas como se nada tivesse acontecido.

  James estava pasmo, amarelado, e a galera caiu na risada quando ele se sentou. Havia uma mancha em sua calça bem visível num local indiscreto.

   Gopez cantava Sintonia, de Moraes: - Deixe eu penetrar na tua onda, deixa eu me deitar na tua praia.

   As meninas da mesa acompanhavam: - Que é nesse vai e vem; nesse vai e vem que a gente se dá bem.

   Todos meninos e meninas no refrão entoavam: - Que a gente se atrapalha.

   Noite maravilhosa. Júlia chegou em casa em alfa, pensando no alfa, sonhando com o beta e esperando uma mensagem do irmão Estrela que, desta feita, não apareceu.

   Júlia dormiu com os anjos.
                                                                         ******
  *** Nariz de Quibe contou a Zaram a queda de Zorth por Júlia. Será que a mulher-loba vai atacar novamente Júlia? Veremos no capítulo 16.