Cultura

DICAS DE SERAMOV: COMO FAZER AMIGOS AO LONGO DA VIDA E A INTERNET

As novas tecnologias vieram para ajudar, mas tenha cuidado com elas para você não cair num golpe financeiro
Tasso Franco , da redação em Salvador | 10/03/2021 às 08:06
Seramov e as cinco flechas douradas
Foto: LG
    O jornalista Tasso Franco publicou nesta quarta-feira, 10, no aplicativo literário wattpad, o 20º texto do seu livro "A mão espiritual de Seramov - linhas que iluminam o seu futuro" falando de amizades e o novo mundo da internet.

   COMO FAZER AMIGOS AO LONGO DA VIDA E A INTERNET 

   Hoje, falaremos de um assunto bem abrangente: amigos, amizade. Como fazer amigos ao longo dos anos, como manter esses amigos e a diferença entre amigos e conhecidos. 

    Há uma preocupação muito grande daas famílias diante dessa nova forma de fazer amizades, na atualidade, as chamadas "amizades virtuais" ou "amores líquidos" sobretudo para os pais que têm filhos jovens e que não desgrudam do celular, do iphone e do smartphone. 

     As pessoas - em especial os mais jovens - estão deixando de participar de assuntos comunitários, de dar um bom dia um boa tarde, de conviver com os seus vizinhos e estão muito ligadas nos celulares. E isso, essa nova forma de se relacionar, contaminou os adultos, ao menos enquanto durar a pandemia do coronavirus.

      Eu quero dizer a vocês que no meu tempo de menino, nos meus tempos de jovem e de adulto, havia uma escadinha com cinco degraus para se fazer amigos. O primeiro degrau era na escola primária, hoje, o ensino fundamental. Naquele tempo não existia pre-maternal, maternal e as crianças só frequentavam as escolas a partir dos 7 anos de idade. Ficavam 4 anos na escola. Depois, vinham o segundo degrau (ginásio, 4 anos) e os cursos científico e/ou clássico (mais 3 anos). Total: 11 anos.

      O terceiro degrau era na faculdade. Curso de quatro a seis anos mais a pós graduação que podia atingir um tempo de 7 anos. O quarto degrau era no trabalho. Eu mesmo fui trabalhar no sistema Telebrás, antiga TeleBahia, que tinha muita gente trabalhando, então lá você fazia bastante amizades. E o quinto degrau é nas relações sociais - no clube social que você frequenta, no judô, no balé, no futebol, na escola de música. Enfim, nas relações sociais que você faz. Na igreja, no seu dia a dia.

     Então é essa a escadinha que hoje em certo sentido está sendo mantida. Eu vejo por minha neta, ela tem 15 anos, embora ela use muito celular, seja uma pessoa como outras jovens que usa muito o celular, as amizades dela são da escola, do primeiro degrau.

      Então os pais não devem ter uma preocupação excessiva, essa loucura achando que os filhos vão desvirtuar o caminho por causa das novas tecnologias. Outro dia li uma entrevista de um neurocirurgião famoso, do Rio de Janeiro, e ele dizia o seguinte: que o cérebro humano tem uma capacidade impressionante de ir se adaptando as circunstâncias da vida. Hoje, percebo isso com muita clareza. Porque eu quando era jovem tinha um pensamento, quando era adulto outro pensamento e agora que estou velho já penso de maneira diferente. 

      Sou mais seletivo, mais cauteloso e meu cérebro me dá sinais: olha não faça isso, não faça aquilo. Quando alguém me chama hoje por exemplo para jogar um futebol, meu cérebro diz “não vá, você pode se dar mal” e eu já não vou.

     Então essa preocupação excessiva om as novas tecnologias os pais não devem pirar por causa disso, entendeu. A recomendação é que a família deve ter cautela, deve ter precauções mas não deve, por isso, excluir o celular, abandonar as novas tecnologia pra imaginar que uma criança hoje vai, como na minha época, brincar de peão, botar uma linha ensebada no peão e jogar no chão, brincar de ferrinho, brincar de bola de gude. Não, não vai acontecer mais isso. Porque ela tem, hoje, brinquedos, ela têm diversões no celular, nas novas tecnologias que são mais interessantes.

       Os heróis são diferentes, na minha época o heróis eram o Zorro, o Roy Rogers. Hoje as crianças tem heróis até do Japão, tem hologramas, tem muita coisa nova, e isso veio pra incorporar, para dar mais informação ela e não pra ficar essa piração, essa preocupação excessiva. 

     Agora, tem que ter cautela. Eu tenho um amigo que outro dia ele me disse: ”Estou namorando com uma coroa em Belo Horizonte” 

     Eu falei “poxa, bacana” disse “e ai já esteve com ela?” e ele disse “não rapaz, o namoro está acontecendo pelo celular”

       Eu digo “uai, como assim?”

       “Ah, eu troco carícias com ela, troco fotos, troco nudes mas não conheci ainda.” 

        Eu disse: “Rapaz, cuidado!.

        “Não, não tem problema nenhum eu vou encontrar com ela”

        Eu disse: “Quando você vai encontrar com ela” 

        Ele falou:  “Ah, não sei, não tenho ainda idéia de quando isso vai acontecer”.

           Vou dar outro exemplo para vocês verem como a cautela é importante. A minha esposa disse que uma amiga sua conheceu um camarada na Espanha. Jura de amor para cá; jura de amor para lá, “ele é um gato”,  be be be, ba ba ba… 

        E resolveu fazer uma viagem a Madrid para conhecer o camarada. E foi. Marcou lá na Porta do Sol, esperou o cara e o cara chegou, conversou e pensou que ia namorar com o cidadão. Aí ele disse “ó eu sinto muito a senhora fez a viagem tudo bem, mas eu sou casado”.

         Ela tomou aquele susto e aí o negócio esfriou e ele foi embora para casa e ela pegou um avião embora de volta à Bahia.

          
         Vamos as 5 dicas da mão espiritual do Seramov, as 5 flechas douradas, certeiras, para lhe orientar.

           1. Uma pessoa faz (no máximo) entre 5 e 10 amigos ao longo da vida. Não mais do que isso. Há uma diferença entre amigos e conhecidos. Amigos são aqueles que você confidencia suas alegrias e seus problemas, participa de suas vidas, frequentam as casas, trocam anseios das relações pessoais e afetivas. Já os conhecidos - podem ser 100 a 500 a depender de sua profissão - são pessoas que você, cumprimenta, mas não tem relações confidenciais.

         2. Isso não mudou ao longo dos anos até o final do século XX, mas, agora, com as "amizades" pela internet há uma radical mudança. As pessoas não devem pirar com essa coisa, sobretudo os pais de filhos mais jovens. Devem orientar, devem aconselhar mas não devem reprimir nem retirar o iphone (o celular) porque ninguém vai modificar essa situação que existe nos dias atuais. É conviver da melhor maneira com elas.

        3. As novas tecnologias e a inteligência artificial vieram para nos auxiliar, para nos dar uma vida melhor. Para nos dar mais informações e o importante é saber conviver com esse novo mundo, mas dando preferências as relações sociais presenciais - na escola, no seu bairro, na faculdade e no trabalho. Isso é insubstituível. É nesse ambiente que surgem as amizades formatadas de maneira lenta e duradouras.

      4. Para manter uma amizade por muito tempo (às vezes há rompimentos, até traições, e você já teve ter ouvido falar na expressão: 'era minha melhor amiga, mas  tomou meu namorado (meu marido) é preciso cultivar a confiança, participar de grupos comunitários, de associações, conversar, conhecer as familias, e tudo isso demora um longo tempo. Daí, que o 'sapiens' por ser seletivo tem poucos amigos (confidentes) ao longo da vida.

      5. As pessoas idosas têm mais dificuldades de fazer novos amigos quando chegam a uma determinada idade. Conheço várias pessoas (e eu sou uma delas) que dizem assim: - Não dá mais tempo de fazer novas amizades. Contemto-me com as que tenho. Não estou mais pra isso. Há, no entanto, pessoas idosas - solteiras, viúvos (as) - que ainda têm disposição para fazer novas amizades, agora pela internet, e nas relações sociais de lazer. O importante é ter atenção e cuidado (na internet) para não cair num golpe financeiro.