Cultura

A PROMETIDA DE ZORTH 5: JULIA QUER SABER SE ANNA TEM PODER DE SER LOBA

Júlia vai procurar Theo para saber a real identidade de Zorth, o alfa supremo
Tasso Franco , da redação em Salvador | 23/02/2021 às 09:34
Anna, a mulher loba
Foto: Seramov
   O jornalista Tasso Franco publicou nesta terça-feira, 23, no aplicativo wattpad o 5º capítulo do seu novo livro "A Prometida de Zorth (o alfa supremo) em que narra o encontro de Júlia com Anna para saber se esta última tem o poder de se transformar em loba.

   JÚLIA QUER SABER SE ANNA TEM PODER DE SER UMA MULHER LOBA

  Naquela noite Júlia não dormiu bem, a pensar no que acontecera. Seus pais, gente simples da Serra, o Jeremias e dona Elanor, comerciante e professora, desconfiaram do comportamento da filha no momento da janta. 

   - O que se passa com você, quis saber Jeremias, o pai preocupado e pensativo a segurar o queixo com a mão.

  - Nada demais meu pai. São coisas de mulher, pensamentos, imagens, sonhos inalcançáveis.

  - Minha filha, acalentou sua mãe Elanor, o amor chega na hora certa. Se é isso o que penso não se atormente. Também me apaixonei por seu pai, quando jovem, foi difícil conquistá-lo, mas, olhe aí estamos juntos até hoje e temos essa pérola que é você.

  - Natural, natural, Júlia desconversou. 

  Depois, seguiu para a universidade.  Iria procurar Anna novamente para tentar desvendar o mistério da loba e saber qual era mesmo a de Zorth. Tinha que resolver essa questão essencial para colocar a cabeça no lugar. Precisava concentrar-se nos estudos.

  Não tardou a acha-la no campus. Tomou-a pelo braço a saíram a andar pelo campus até a quadra de vôlei. Sentaram no chão como duas jovens a curtir a luz solar, pernas cruzadas, cara a cara.

  - Recebi um vídeo daquela noite do pub e vi, nitidamente, quando apareceu aquele foco de luz intensa no salão e caninos voadores em minha direção. Vi eu fugindo, atabalhoada, jogando-me embaixo de uma mesa. E vi, também, o momento em que você, minha melhor amiga, confidente, se transforma numa loba para me defender. Não acreditei.

   - Júlia! - falou Anna docemente - você está com a cabeça fora do lugar, lhe perturba sonhos a ponto de contar-me algo que parece uma alucinação. Já conversamos sobre esse assunto e daria esse caso por encerrado.

   Júlia aproximou seu olhar nos olhos de Anna, segurou seus braços com as duas mãos como se fosse dar um passe espírita, como se estivesse abrindo as portas do mundo da sua mulher selvagem, ancestral, sem saber essa dimensão da psiqué e disse: - Estou lúcida, serena, com a mente no lugar. Você e Theo me salvaram.

   - Que coisa mais louca. Eu, uma frágil menina, mal consigo fazer muay thai e desisti por falta de força e equilíbrio, imagina enfrentar uma loba! Só rindo.

   - Você precisa ser sincera e me falar a verdade.

   - Alguém lhe salvou naquela noite e não fui eu. Você está viva graças a ação de um lobisomem crina que atacou a loba sua desafeta. Imagino que seja sua inimiga, embora afirmo sem ter certeza. Também não sei quem foi aquele lubi porque assim como apareceu no salão, de um nada, desapareceu na noite pela porta de emergência na perseguição à loba.

   Naquele momento, quando Anna explicava o acontecido, o sol pôs a atingir com mais luminosidade a sua face, o suor do seu corpo evaporou com mais intensidade e Júlia sentiu um odor diferenciado em sua amiga, algo que nunca sentira, um cheiro de animal no cio.

   Anna, rapidamente, ficou de pé e disse que tinha que encerrar a conversa pois a próxima aula não poderia perder, afastando-se da amiga e indo para a sala.

   Júlia ficou ainda alguns instantes na quadra e pôs-se como uma cadela pequinês a farejar o solo, sentir aquele aroma com mais intensidade.

   Anna, antes de entrar na sala, escondeu-se atrás de uma pilastra e ficou a observar a amiga com o nariz rente ao cimento da quadra, temendo que Júlia, de fato, sentisse e descobrisse que ela tinha a capacidade e o poder de se transformar numa loba.

     A mentira e a dissimulação fizeram com que Anna ficasse tensa deixando escapar um pouco de xixi. Todo aquele cheiro, todo aquele perfume anormal fez com que Júlia, rapidamente, pesquisasse num portal especializado em fan fix, em lobos, tivesse a certeza, pelo que havia em informações, sua amiga, sua confidente, era também uma loba.
  
                                                                     *****

   Havia, pois, um mistério em todo esse enredo que passava pela cabeça de Júlia, agora andando em volta da quadra, passos lentos, hora abrindo; hora fechando os olhos e tudo, na sua compreensão nascera desde o momento em que conhecera aquele cavaleiro de aço, o Zorth.

  Até então, tinha uma vida normal, nunca fora atacada por ninguém, nunca despertara ciúmes em nenhuma de suas amigas, já ficara com alguns rapazes da Morena, tudo saídas fugazes, sem paixões duradouras, salvo os ardores e as pegadas das noites em amor e tremer de pernas, em delírio, mas, depois do surgimento do campeão da argolinha, sua vida estava de ponta cabeça, tinha dois amigos lobos, uma inimiga sanguinária que não sabia quem era, uma paixão, Zorth, personalidade ainda a descobrir, e isso teria que ser resolvido sob pena dela se perder no andamento dos estudos.

                                                                     *****

   O próximo passo, arquitetou consigo, era procurar Theo para uma conversa cara a cara, colocar os pontos nos iis e tocar sua vida em frente. 

   Seguiu também para a sala de aula, pensativa, calma, com os pés no chão. O iphone, em sua bolsa, sinalizou uma nova mensagem em seu zap. Pensou em não olhar. Só o faria após a aula, mas, não resistiu: - Oi, amore, com saudade de ocê, Zorth.

    Júlia abafou o celular na bolsa, desligou-o. Tinha que primeiro ter uma conversa com Theo para responder a Zorth.           

                                                                   *****
   E agora, Júlia vai dar atenção a Zorth sem saber de fato quem ele é ou vai mandá-lo catar cavaco? E Anna, teme que Júlia saiba que ela tem o poder da transformação?