Cultura

A PROMETIDA DE ZORTH 4: JÚLIA QUER SABER QUEM É A LOBA QUE LHE ATACOU

Júlia foi salva por um lobisomem que enfrentou a mulher loba no Pub da Estação
Tasso Franco , da redação em Salvador | 21/02/2021 às 09:14
Anna, amiga de Júlia
Foto: Seramov
   O jornalista Tasso Franco publico neste domingo, 20, o 4º capítulo do seu livro "A Prometida de Zorth (o alfa supremo) e narra a tentativa de Júlia em descobrir se sua amiga Anna tem o poder de se transformar numa loba. Veja abaixo e os demais capítulos no wattpad.

                            A INVESTIGAÇÃO PARA A DESCOBERTA

 
   Júlia estava ansiosa em saber detalhes do que acontecera no pub naquela madrugada de domingo. Esperava que Anna pudesse lhe contar tudo. A semana virou sem que Anna se manifestasse.

   Júlia, então, procurou Gul, uma prima de Anna que também estava na noite fatídica e sondou se ela vira algo anormal naquela noite, no pub.

   Gul fala: - Uma noite de horror. Por pouco, pareceu-me, sua vida não acabou.

   - Como assim, de vida. Apenas vi a imagem que me pareceu de uma loba, caninos à mostra, em minha direção. Por isso joguei-me embaixo da mesa. Teria sido as doses do gim que me fez ver uma besta sanguinária desses filmes que vemos na televisão. Bebi demais?

   - Nada. Foi muito pior. Era, de fato, uma loba que entrou no pub como mulher, se transformou e lhe atacou.

  - Jura!

  - Juro, não. Vi com meus olhos. Salvou-lhe a luminária. E, depois, salvaram-na Anna e um outro ser misterioso.

  - Eles enfrentaram a loba?

  - Anna também se transformou numa loba e se bateu com ela de frente, em duelo. Nunca tinha visto nada igual em minha vida.

  - Não acredito. Anna virou uma loba?

  - E que loba! Linda, pelagem parda, frisos dourados nas costas, músculos fortes, garras imensas, olhos amarelados. Foi um duelo sensacional. Nós vibramos.

  - Apavorei-me e não vi nada. Perdi essa.

  - E deu sorte. Não era pra ver mesmo, nem mais a luz do dia e da noite. Tens que agradecer a Anna.

  - E como ela afugentou a outra loba?

  -  Ela perdeu o duelo. A outra loba era muito mais violenta e forte, estava com sangue a evaporar dos caninos e arremessou Anna no palco que de ferrou e se enroscou na bateria do Snack. A loba sanguinária voltou para lhe caçar embaixo da mesa, mas, pasme, alguém no salão se transformou num lobisomem dos mais ferozes e pôs a loba para fugir pela porta de emergência dos fundos do pub.

   - Só acredito porque é você que está me contando. Isso parece coisa do outro mundo, da época medieval da Europa, das assombrações dos castelos em França.

   - Há muitas testemunhas que estavam no pub e se tens dúvidas pergunte a Anna, que é sua melhor amiga, a Theo, a patota de Beny que foi a quem mais vibrou ao presenciar os duelos.

  - E esses meninos não tiveram medo?

  - Teve um gayzinho assanhado que subiu no balcão do bar, ficou de sunga exibindo seu bumbum, lançava beijinhos ao ar e dava gritinhos de prazer.

   - Que louco.

   - Deu-se bem. Consegui um love e dançaram até à madrugada no cantinho do bar do pub.

    - Agradeço de coração essas informações. Estou ainda assustada e imaginei que tivesse sido apenas loucura minha provocadas pela bebida alcoólica, uma tontura, uma alucinação.

   - Creio que a nerd Mós, que não larga seu celular para nada, filmou tudo.

                                                                    ******

   Júlia despediu-se da amiga, agradeceu as informações e partiu a procura de Anna. Queria ouvir de sua própria voz um depoimento pessoal. Poderia também procurar Theo, como quem se dava bem, mas, Anna era de sua confiança.

   O encontro deu-se num banco de jardim da Nogueira, a praça monumental da Serra, embaixo de oitizeiro frondoso. Os sinos da matriz marcavam a hora da Ave Maria em prelúdio. Andorinhas sobrevoavam o local e a noite ia chegando. O momento era especial para um papo intimista.

   Começou Júlia:

   - Por amor à nossa amizade conte-me o que aconteceu no pub naquela madrugada de domingo. Falaram-me num duelo de lobas, mas, não acreditei. Acho que me excedi na bebida alcoólica naquela noite e quando me dei por mim estava debaixo de uma mesa.

   - É provável que a bebida não lhe tenha caído bem. Houve, na real, um duelo, mas, nada exterminador. Você escapou por sorte.

   - Diga-me o que ocorreu.

  - Uma loba lhe atacou e saíram em sua defesa, uma outra loba e um lobisomem. Daí que você foi salva e a festa seguiu adiante, das melhores, por sinal. Esse final você acompanhou quando se restabeleceu ao sair debaixo da mesa.

  - Aí, me lembro, você e o Theo, acalmando-me. Estava tonta. Bebi além da conta. Vi Jesus.

  - Você não está acostumada a beber a mistura do gim com tônica e morangos.

  - Uma orelha esquerda me disse que você teria se transformado em loba e enfrentou a sanguinária que veio ao pub para me matar. É verdade isso?

- Que bobagem. Imagina! Que poder tenho para me transformar numa loba. Quem lhe salvou foi um beta lubi poderoso que colocou a sanguinária para fugir.

 - E você poderia me dizer quem é ele?

 - Não posso. Na verdade, nem sei quem é. O pub estava lotado e de repente só vi um jovem bonitão rosnar, as unhas crescerem, as formas do corpo mudarem, os caninos saltarem da boca como espadas e ela atacar a loba. Fui tudo tão rápido que, em instantes estava tudo normal, a Snak tocando e Damian cantando.

  - E você, depois, não conversou com esse jovem bonitão?

  - Ele sumiu. Ainda o procurei par uns amassos, pois, era lindo, mas, não o vi mais.

  - É, me contaram outra coisa de você, a Anna loba que não conhecia. Mas, como você está dizendo que não foi você, acredito mais no que falas.
                                                                            ******
*** Será que Júlia vai descobrir o nome da mulher loba que lhe atacou no Pub da Estação? Anna vai lhe revelar que tem a capacidade de se transformar numa ômega?