Cultura

A PROMETIDA DE ZORTH 3: DUELO DE LOBAS NO PUB DA ESTAÇÃO ABALA A SERRA

Júlia escapa por pouco da morte graças a ação de um beta hispo que a defendeu de Zaram
Tasso Franco , da redação em Salvador | 18/02/2021 às 09:22
Duelo de lobas
Foto: Seramov
  O jornalista Tasso Franco publicou nesta quinta-feira, 18, no aplicativo wattpad o 3º capítulo do seu novo livro "A Prometida de Zorth (o alfa supremo)" um duelo de lobas. Nos capitulos anteriores, Júlia conhece Zorth e se encontra com ele num pub. Uma amiga de sua prometida dedura. No cap de hoje, Zaram a prometida, se transforma em loba e vai matar Júlia. Mas, não consegue.

   DUELO DE LOBAS NO PUB DA ESTAÇÃO

 - Love to love? – foi a primeira pergunta de Anna assim que se encontrou com Júlia na cantina da UniS, na segunda feira.

   - Não é como pensa. Assim que saímos do pub Zorth levou-me para casa.

   - Pêga, não acredito! Me engane que eu gosto, disse em tom irônico, risinho maroto nos lábios. Eu conheço esse cara, ele não é de vacilo, pega pesado, bota fervendo, kkkkkk.

   - Teve uns amassos na porta de casa, mas nada do que está pensando. Senti a força vibrátil e só, a espada viril.

  - Hum! Gulosinha.

  - A propósito falou-me que lhe conhece e que você tem um poder especial.

  - Imagina! Que gaiato!

  - Quando indaguei se era algo perigoso disse que era apenas provocativo, mas não entrou em detalhes. Me contas?

  - Minha hora da aula está em cima. Vou para a sala, Anna desconversou e saiu correndo.

  Júlia ficou com aquela pulga atrás da orelha, coçando, curiosa em saber que poder era esse de Anna, mas, ela sendo sua melhor amiga não forçaria a barra para saber. Se quisesse contar, espontaneamente, que contasse. Se não quisesse contar, paciência. A vida seguia em frente.

   Anna, de sua parte, achou que ainda era cedo para contar que era uma loba, se transformava em alguns momentos, uma lupina mediana, sem poderes tão fortes quanto os do alfa Zorth, filho do Lobisomem de Serrinha, um alfa genuíno da sétima geração da Transilvânia, descendente de bárbaros alanos, hunos, com ramificações em áreas da atual Romênia.

   Melhor dá tempo ao tempo, pensava Anna.

  Cada dia, sua agonia. Como sabia quem Zorth era, sua força, descendência e poder, teria que avisar a Júlia, de alguma maneira, pois, ela sendo apenas humana estaria sujeita e submissa as garras do cavaleiro de aço como a sua prometida Zaram, uma crina em ascensão, fortíssima, vingadora, arriscada a matá-la.

  A semana se passou em estudos. Veio o feriadão da independência a Snak anunciava nas redes sociais e na Rádio Mundial, a mais ouvida da Serra, uma noite imperdível no pub da Estação, dos Bólidos Brilhantes, tendo como convidado a banda Heavy de Cuyté, a Sisal Exterminador, cujo vocal, Phyton, estava arrasando.

   A promoção era do promoter gay Beny e sua equipe de lady boys, drags, trans e nerds, da turma bem descolada.

   Júlia e suas inseparáveis amigas já tinham se programado para esse embalo. Esperta, ardilosasinha, nem parecia que era ela, passou uma mensagem para Zorth o convidando.

   Dizia a mensagem:

  - Venha ao pub sábado estarei com um look tentador para você.

   O Alfa, experiente, temendo cair numa armadilha, pois, sabia que Zaram não era tão ingênua como se pensava e tinha amigas na Serra, não só a ômega Aurien, mas, também, Cris, uma lobinha esperta, olheira, e estas poderiam estar em vigília, nada respondeu a Júlia.

  Passou uma mensagem ao seu Beta Theo, para que sondasse o ambiente e fosse ao pub. Caso o local estivesse seguro, ninguém fosse lhe dar um flagra, poderia comparecer.

  Pediu também para sondar Beny, o promoter, que tinha sua patota gay, descoladíssima, frequentadores assíduos do pub, responsável pelo evento.

   A festa começou com o pub repleto de jovens.

  A propaganda é a senhora da razão. Beny era um grande promoter, lobinho assanhado da Flamejante. Temia Zorth como o diabo teme a cruz. A vodka corria solta. O Gin, bebida em moda, era servido em taças bojudas num drink com laranja e especiarias.

  Theo sondava o ambiente. Cumprimentava uma e outra jovem e até paquerava Anna, de longe, em troca de olhares. Beny trabalhava e dava selinhos em Fran, seu cacho de uvas.

   Som metálico, forte, pesado. Júlia e as amigas no centro do salão suavam os corpos. Os lábios fluorescentes de Anna pareciam um caleidoscópio e atraiam Theo que se juntou a dança.

   Numa mesa da lateral da pista principal próxima ao balcão do bar Aurean enviou o dardo certeiro, em mensagem, para Zaram: - Podes vim. Ela (Júlia) está em glitter rubro, alto dourado, brincos em folha.

   A uma da madrugada, salão fervendo, Zaram chegou. Olhou o ambiente na entrada, mirou Júlia e se transformou.

  A loba rosnou alto a ponto de abafar o som da Snak e voou em direção ao pescoço de Júlia que, por sorte da humana, foi salva em primeira instância diante erro de cálculo no pulo mortal da loba que chocou sua cabeça numa luminária em globo no centro do salão.

   Ouve um pânico generalizado. Júlia aproveitou o deslize da loba e jogou-se embaixo de uma mesa protegendo-se. A loba recuperou-se e voou novamente em direção a Júlia.

   Anna, vendo aquela agonia de sua amiga, prestes a morrer, transformou-se na lupina que era e se bateu de frente com Zaram.

   Um choque de caninos no ar. Anna é arremessada em direção a bateria que estava sendo tocada por Dichy Jones, furou o bombo e se entalou no pedal. O baixista Mauricão, com instrumento em punho, tentava proteger-se de alguma sobra. Damian já estava todo mijado e parou de cantar.

   Zaram voltou à carga para eliminar a indefesa Júlia, mas, desta feita, Theo já contara a Zorth o que se passava no pub, o qual recebeu a ordem de defender Júlia.

   O Beta, um hispo mais forte do que Zaram rosnou com todo pavor, suas unhas cresceram como lâminas afiadas capazes de cortar placas de ferro, e enfrentou Zaram cara-a-cara, olhos rubros estarrecedores, dois faróis incendiários, a qual fugiu pela porta de emergência e desapareceu na escuridão.

   Aurean, a ômega, que havia criado toda essa encrenca seguia próxima ao bar fumando uma cigarrilha e se roçando com um mino.

   Theo e Anna voltaram ao normal e foram acalmar Júlia. A Snack voltou a tocar músicas de Fredie Mercury como se nada tivesse acontecido.

  – Não houve nada demais - disse a amiga que tremia dos pés à cabeça embaixo na mesa e pouco vira da luta. Júlia estava chocada, mas, aparentemente foi ficando calma com o passar das horas. O gim com tônica ajudou.

    A festa seguiu madrugada à dentro até quase o amanhecer. Beny, que já conhecia esses duelos, seguiu em love com Fran e ciúmes de Tico, um lobo gayzinho ouriçado. A drag Zagma soltou as cajás usando um salto plataforma must; a trans Fiori boquetava.

    Theo passou nova mensagem a Zorth dizendo que estava tudo sob controle. Falou da atitude ciumenta de Zaram, mas, não entrou em detalhes. Não quis afirmar nada sobre Aurean, até porque não tinha certeza de que fora a criadora de tudo, e se o fizesse o alfa poderia exterminá-la.

   Ficou a paquerar Anna, já humana, com seus lábios tentadores. E deu uma boa sugada botões de rosa da Colômbia.