Cultura

A PROMETIDA DE ZORTH: TORNEIO NA MORENA BELA ONDE JÚLIA CONHECE ZORTH

Novo livro do jornalista Tasso Franco, uma história de lobos, lubis e vampiros que se passa na Serra
Tasso Franco , da redação em Salvador | 11/02/2021 às 07:58
Zorth, o alfa supremo todo poderoso
Foto: SERAMOV
O jornalista Tasso Franco começou a publicar hoje no aplicativo wattpad seu novo livro "A Prometida de Zorth" (veja sinópse abaixo) e o primeiro capítulo.

Sinópse

Júlia é um doce de menina. Aos 19 anos, estudante de história da UniS, é a mais linda jovem da Serra. Seus olhos são duas pedras de esmeralda em água cristalina. Sua melhor amiga é Anna colega de sala e confidente. Anna não é tão bela quanto Júlia, mas, tem um atrativo devastador: a boca. São botões de rosas que estalam dos seus lábios e mudam de cor e de cheiro quando ela assim deseja para atrair os homens. É uma loba enrustida. Nunca contou esse segredo a Júlia. Zorth é o alfa possessivo e belo da alcateia Lua Flamenjante. Sua prometida é Zaram, loba que comanda uma matilha na Floresta do Buraco do Vento. Theo é beta de Zorth, o maior amigo dele. Beny, o gay, é um lobinho assanhado. Aurean é ômega, galinha. Tem pelagem branca e um cio permanente. No torneio de motos da argolinha, Zorth sagra-se campeão na Morena Bela, praça da Serra, e encanta Júlia. Pela primeira vez em sua vida, ela deixou de ser paparicada, para cair de paixão por um jovem. Será que Júlia vai conseguir o coração desse alfa?

 

                                                                            CAPÍTULO 1

 

                                                 O TORNEIO NA MORENA BELA ONDE JÚLIA CONHECE ZORTH

 

   Júlia e Anna acompanhavam com olhos fixos, vivos, a disputas dos jovens em seus cavalos de aço para ver qual deles, em destreza, em equilíbrio, conseguia com a ponta da lança em riste acertar em cheio na argolinha colocada em arame estirado e preso entre dois paus de madeira e levá-la consigo.

   A missão era das mais difíceis. A argolinha tinha o diâmetro pouco maior do que um dos anéis que Júlia usava, menina vaidosa, perfumada, e a maioria dos cavaleiros em suas motos bem cuidadas, glamurosas, de marcas famosas, muitas delas negras com desenhos estilizados nos para lamas e amuletos nos guidons. Jovens esculturais vestidos a caráter com jaquetas de couro e capacetes coloridos, praticavam esse esporte e se exibiam para as minas.

   Anna comentou: - Nenhum deles vai acertar. É muito difícil.

- Você viu o que aconteceu ao Thiago! Perdeu o equilíbrio e quase vai ao chão.

- Vamos comer uma pizza e seguir apreciando-os sentadas, sugeriu Anna, sem desgrudar os olhos dos belos.

Estavam na Milano, praça Morena Bela, na Serra, o ar era abafado. A tarde de domingo corria pelo meio. Conseguiram uma mesa de pista e solicitaram uma pizza e refrigerantes. 

Júlia tem olhos esverdeados como duas esmeraldas flutuando n'água. Estuda na UniS – Universidade da Serra - história, e alguns dos seus colegas a chamam de olhos tentadores. Seus cabelos são negros, seios roliços, sobrancelhas bem delineadas, mãos de fada. Falta pouco para ser princesa. 

Anna também é graciosa, mas, nem tanto quanto Júlia. Tem, na vantagem, um segredo que atrai mais os jovens para si. Seus lábios são como pétalas de rosas que se transformam e mudam de cor e perfume. Nenhum homem resiste.

São pessoas simples que estão na casa dos 18 a 19 anos. Seus pais moram na Serra e elas ainda vivem com a família. Júlia pensa em mudar-se para uma cidade maior, uma capital, dentro ou fora do Brasil, assim que se formar. Ganhar asas para voar. Anna também. Faz odontologia e quer especializar-se em São Paulo. Não conhece a capital paulista, mas acha que é o melhor lugar do Brasil, quiçá do mundo.

Os cavaleiros de aço continuavam na sua saga de acertar na argolinha. A praça estava repleta de jovens, boys e girls sarados, alguns de meia idade, e muitas garotas estilosas usando bodys e shorts jeans e calçando Vans, eram suas concorrentes e sonhavam conquistar algum deles para sempre.

Júlia não estava pensando nisso. Queria primeiro se formar, se firmar na profissão, e só então pensar em algo mais sério com alguém. Mas, namorar, ficar, estava sempre nos seus planos. Ela e Anna já ficaram com alguns rapazes e trocaram até confidência de como eles e elas se saíram nas preliminares e nas finais.

Os motociclistas se alinhavam em fila indiana a uns 100 metros distantes da argolinha. Um jovem, de bandeira em punho, determinava a partida de um deles em direção ao alvo. Assim que o locutor no estilo Bruce Buffer, do UFC, anunciava era dada a partida. Depois, ia liberando um a um. Na chegada, no lugar onde ficava a argolinha, havia outro jovem que também usava uma bandeira em xadrez que acionava se alguém acertasse a argolinha.

Em moto negra, uma Harley, a figura de um lobo em miniatura na testa do guidão, capacete negro com uma seta vermelha apontada numa única direção, o cavaleiro anônimo partiu. O locutor anunciou a pulmões cheios: É a vez de Zorth: Zoooorrrrth.

Aquele nome sonoro chamou a atenção de Júlia e ela ficou de pé para ver a apresentação do jovem. Beliscou Anna para que fizesse o mesmo, mas, ela não se moveu da cadeira.

Os pneus da Harley trincaram no chão calçado em paralelepípedos. Uma nuvem de fumaça ficou para trás e ele passou como um raio em frente a Milano, em equilibro perfeito, a lança em punho como um cavaleiro medieval.

Júlia olhou para o jovem da bandeira e ele acenava sem parar como a marcar uma bandeirada em vitória de F1. De retorno à pista, Zorh trazia na ponta da lança a argolinha e desfilava orgulhoso sob aplausos. 

Júlia era só contentamento. Anna menos, mas, também se levantou para aplaudi-lo. 

Quando Zorth passou pela área onde estavam os olhos de Júlia lançaram uma flecha do cupido em direção ao jovem, que, a essa altura, já sem o uso do capacete para se identificar, era só sorrisos. Seus cabelos negros se espalhavam ao vento, dentes alvos em sorriso, olhos castanhos amendoados, boca carnuda. 

Esta primeira impressão encantou Júlia. Disse consigo: 'Esse vou pegar'.

Nesta mesma tarde Zorh veio comemorar com os amigos na Milano, ao lado de Thiago e outros. Um pequeno grupo do Bolinha, só de homens. bebiam cerveja e brindavam. Zorth já estava sem camisa, peitoral tentador, gomos de músculos na barriga, ombros perfeitos. A argolinha estava presa numa corrente de ouro em seu pescoço como um troféu. 

Júlia derreteu-se e não resistiu em ir cumprimentá-lo: - Não o conheço, mas parabéns pela façanha, disse beijando-lhe as faces. Anna também fez o mesmo. Uma com mais entusiasmo do que a outra.  

Zorth agradeceu e enlaçou Júlia em seus braços num amasso passageiro, da vitória. Deu-lhe um cheiro prolongado no seu pescoço.

Ela ficou encantada e voltou com Anna para terminar de saborear a pizza. Já sentadas e com Júlia sem desgrudar os olhos de Zorth ela comentou com Anna: - É lindo, apaixonante, atraente, mas, tem um cheiro estranho, diferente.

Anna disse que nada sentiu. 

Naquele abraço, sem Anna perceber, Zorth pediu o número do telefone de Júlia. 

  Elas ficaram mais um tempo na pizzaria e depois foram embora. Os boys caíram na bebedeira, com gritos de é campeão, é campeão. 

   Quando chegou em casa Júlia percebeu em seu zap: ZORTH, O REI DAS MOTOS. Complexo Raio de Luz.  

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  ** Domingo, 14, publicação do segundo capítulo