A festa de Iemanjá na praia de Buraquinho, Lauro de Freitas, será diferente neste 2 de fevereiro. Sem alvorada, sem público e sem xirê (dança para evocação dos Orixás), Janaina será reverenciada apenas com a entrega das oferendas.

Responsáveis pela festa há 20 anos, a Colônia de Pescadores Z57 e o Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia concluíram que como medida preventiva à Covid-19, esse ano não haverá a presença física dos terreiros na festa. A oferenda vai sair do Terreiro São Jorge, em Portão, e será entregue a Kayala na Praia de Buraquinho às 7h. 

Para Mameto Kamurici (Mãe Lúcia), do Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia, nesse momento de pandemia é ainda mais importante a entrega do presente a Iemanjá. “Precisamos de todas as energias do bem, de todas as energias que a gente acredita que podem nos auxiliar, que podem nos ajudar. Iemanjá Kayala é a energia que nos dá equilíbrio e a gente precisa muito dessa energia pra passar por todo esse momento que a gente está vivendo”.

Mãe Lúcia ainda ressaltou que embora os terreiros não estejam presentes fisicamente, todos que acreditam estarão lá espiritualmente. “Estarão todos sintonizados, na mesma hora. É um presente em que não estão todos, mas a gente vai sentir a mão, o amor, a dedicação de todos. E a gente nesse momento apesar de  tanta tristeza, tanta dor,  precisa clamar as energias da natureza.  Precisa clamar Iemanjá para que ela venha; esse corpo salgado, essa água salgada que nos dá equilíbrio,  que nos lava é que nos repõe energia positiva”