O espetáculo _Medeia em Carne Viva_, que aborda questões relativas às opressões do feminino, estreia ao vivo e on-line com apenas duas apresentações nos próximos dias *12 e 13 de dezembro, às 19h e 17h - respectivamente*, na plataforma virtual do _Teatro Gamboa Nova_. Dirigida e escrita por *Juliana Roiz* (sob orientação de João Sanches), a montagem marca sua formatura em direção teatral pela Escola de Teatro da UFBA e conta com *Mariana Freire* no elenco, atriz que comemora 25 anos de carreira.
O monólogo intercala a dramatização de fragmentos retirado do texto “Medéia” - clássico de Eurípedes, cujas encenações retratam tradicionalmente Medeia como uma mulher vingativa - com falas sobre os desafios universais enfrentados pelas mulheres ao longo do tempo. Em _Medeia Em Carne Viva_, Mariana Freire ora conversa diretamente com o público, ora performa a própria Medeia, trazendo novos olhares para essa personagem já tão conhecida.
Enquanto cozinha, a atriz convoca a reflexão sobre temas como os direitos das mulheres, a violência de gênero, misoginia, racismo e feminicídio. Cozinha esta pré-concebida como lugar feminino, onde os homens não adentram, um lugar de refúgio e cárcere.
"Medéia é um exemplo emblemático de silenciamento e apagamento histórico de figuras femininas pelo patriarcado. Hoje, ao lermos esta obra, percebermos que a situação desta personagem é similar a de muitas mulheres que sofrem violências sociais estruturantes, principalmente, mulheres negras", diz a diretora e dramaturga Juliana Roiz, que tem uma pesquisa voltada à violência de gênero e tem no currículo obras como “Leoa na Baia” (2019), “A Reza” (2019), e “Feminicídio: do Luto à Luta” (2018), que compõem o repertório da “Cia Filhas de Lilith” - coletivo fundado por ela em 2015, dedicado a levar pautas feministas para a cena teatral.
Completando 25 anos de carreira, Freire diz se sentir honrada e desafiada ao interpretar Medéia, “raramente vista no corpo de uma atriz negra”. “Reconheço muito de Medeia em mim e vice-versa e acredito que essa história nos impulsiona a continuar repensando os papéis que foram impostos às mulheres ao longo da história, especialmente às mulheres pretas", realça Freire, que traz em sua bagagem espetáculos como Auto-retrato aos 40 (2004), Ó Paí, Ó (2001), Casa Número Nada (2007 a 2013), Tabatabá (2009-2010), Os Demônios (2019) e Canto Seco (2015), pelo qual recebeu indicação do Prêmio Braskem de melhor atriz.
Convidando os espectadores à reflexão, a diretora do espetáculo conclui afirmando que seu objetivo com a montagem de _Medeia em Carne Viva_ é "estimular o público a rever conceitos e desfazer preconceitos, para que dessa forma a sociedade evolua, se tornando mais inclusiva, segura, e digna para todas, todes e todos viverem”.
*Ficha Técnica*
Juliana Roiz - Direção e dramaturgia
Mariana Freire - Atriz
João Sanches - Orientação
Walerie Gondim - Assistência de direção
Luciano Bahia - Direção musical e trilha sonora
Clara Matos - Cenografia
Malaika K.B. - Direção audiovisual
Ana Brandão - Iluminação
Karina Allatta - Figurino
Lailane Dorea - Maquiagem
Ananda Andrade - Preparação vocal
Tutto Gomes - Preparação corporal
Rafael Brito – Assessoria de imprensa e consultor de comunicação
Ingrid Lago - Fotografia
Jéssica Menezes e Sara Lima - Design Gráfico
Tárcio Pinheiro - Cenotecnia