Cultura

CAMPEONATO BAIANO: BAHIA E ATLÉTICO FAZEM A FINAL, p ZÉDEJESUSBARRÊTO

Bahia e Atlético só fizeram uma final em meados dos anos 1970
Tasso Franco , da redação em Salvador | 02/08/2020 às 19:26
Bahia abriu o placar com Jadson
Foto: Felipe Oliveira

  Prevaleceu a vantagem obtida nos primeiros confrontos, fora de casa, no meio da semana. Em seus domínios, o Bahia empatou (2 x 2) com o bom time do Jacuipense (tinha vencido em Riachão do Jacuípe por 2 x 0; e, em Alagoinhas, o Atlético que havia goleado (4 x 1) em Juazeiro, levou 2 x 0 do Juazeirense no enlameado gramado do Antonio Carneiro, o Carneirão , e por muito pouco não viu sua classificação fugir nos minutos derradeiros.
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  A taça será decidida em dois confrontos, sem data e local marcados, ainda. Bahia e Atlético de Alagoinhas fizeram final de Baianão apenas uma vez, nos meados dos anos 70, século passado. Nunca foi campeão. Já o Tricolor vai em busca de seu 49º titulo estadual, e um tricampeonato, feito que conseguiu pela última vez nos anos 80. 
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 O Juá, por um triz 
 
   A partida em Alagoinhas foi mais emocionante, teve ares dramáticos no final. O Juazeirense precisava de três gol para que a decisão fosse à cobrança de penalidades. Fez 1 x 0 logo no comecinho e acreditou ser ´possível.  O Carcará levou o susto, sentiu, mas conseguiu equilibrar os nervos e o jogo no gramado desnivelado, pesado e escorregadio do Carneirão. 
 
  Valente, o time de Juazeiro brigou e conseguiu fazer 2 x 0 com o artilheiro Nino Guerreiro, aos 30 minutos. Faltava um gol, apenas.  E a chance apareceu nos minutos finais, com o árbitro Edwalter Marinho marcando um pênalti em favor dos visitantes.

   Mas ... na cobrança, o artilheiro do time, o avante Nino Guerreiro parou no jovem e gigante goleiro Fábio, que defendeu a cobrança direta e também a outra finalização de Nino, que tentou no rebote, desviando com a perna a escanteio. 
  
  O Carcará, pois, deve muito essa classificação para disputar novamente uma final de campeonato ao bom goleiro Fábio, fazendo milagre no final. Atlético na parada. 
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 Cadê os guarda-metas ? 
 
  Em Pituaçu, numa partida limpa, disputada com equilíbrio, o Bahia esteve duas vezes à frente do placar e duas vezes o Jacuipense empatou com chutes de longa distância, escancarando uma realidade: o time Tricolor tem goleiros fracos, nenhum à altura das pretensões do clube para a temporada. Ânderson falhou contra o Ceará, inseguro, e Clauss levou dois gols em chutes da intermediária. Não dá pra confiar. Douglas, que já foi o titular absoluto na posição, machucou faz tempo.  

  Os donos da casa abriram o placar por volta dos 30 minutos; Saldanha puxou bem um contragolpe e achou Jadson penetrando livre pela direita; o chute saiu forte, cruzado, indefensável – 1 x 0.  Aos 44’, Saldanha, em outro contragolpe, ficou de cara, bola dominada mas chutou em cima do goleiro Luan, que saiu bem. 

  Na segunda etapa, jogo bem aberto. O Bahia fechado, jogando nos contra-ataques. O Jacuipense fungando, tentando. Aos 22’, o veterano Rafael Bastos pegou bem, de muito longe, na cobrança de uma falta; o goleiro Clauss, mal colocado, não chegou a tempo, aceitou, estava decretado o empate.  Um minuto antes Marco Antonio perdera uma chance incrível, cara a cara com Luan, a bola dominada, chutou mal, em cima do goleiro que saiu abafando.   

  Mas, na manha, o Tricolor chegou aos 2 x 1, numa outra jogada de contragolpe em que Caíque (que substituiu Saldanha) deixou Jeferson limpo, de frente; dessa vez o meia finalizou bem – 2 x 1.
Nem deu pra soltar um foguete. Na saída de bola, lá do meio da rua, aos 34’, Ranieri arriscou um chutão e encobriu Clauss, adiantado e de braços curtos: 2 x 2. Talvez um placar justo  pelo desempenho das duas equipes. 
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   O zagueiro Ernando, o apoiador Ronaldo e o avante Saldanha destacaram-se. 
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   Mais vibração

 Na próxima terça,  em Pituaçu, pelo Nordestão,  o Bahia precisa vencer com a diferença de dois gols para levar a decisão da Copa do Nordeste à cobrança de penalidades. Ou fazer mais e levar a taça nos 90 minutos correntes.  

  Não é impossível, mas é muito difícil.  Pela qualidade e consistência defensiva do Ceará, e , sobretudo, pelas deficiências defensivas do Tricolor. Goleiro inseguro (falhou feio no primeiro gol do Vozão, atropelando o lateral Capixaba que tinha a bola), zaga lenta de corpo e mente. Zagueiros que não anteveem as jogadas, não antecipam, são lentos na cobertura e na recuperação e erram muitos passes no próprio campo, ensejando oportunidades de gol ao adversário. 

 No mais, o Vozão pega forte, vibra e o Esquadrão tem se mostrado frio, às vezes até sem brio. Vai ser também uma peleja entre os treinadores: o astuto Guto Ferreira, que deu show nos 3 x 1 de sábado e Roger Machado, com seu pragmatismo: muitas trocas de passes e pouca objetividade.   
 É terça, à noite. Dá pra acreditar ainda?