Cultura

Casa de Oxumarê une forças com a Nigéria no combate à intolerância

O ‘Templo de Oxumarê’, em Oyó, visa aproximar as duas culturas e lutar por políticas públicas em preservação das tradições de origem Yorubá
Tainara Carvalho , Salvador | 27/01/2020 às 12:11
Casa de Oxumarê une forças com a Nigéria no combate à intolerância
Foto: divulgação
A Casa de Oxumarê, ciente de sua responsabilidade social, cultural e religiosa com o povo de santo, construirá na cidade de Oyó, na Nigéria, o Templo de Oxumarê. O espaço que será dedicado à devoção dos santos e orixás, além de aproximar as duas culturas, visa reafirmar o valor de Oyó como terra ancestral de Xangô, somar esforços na luta contra a intolerância religiosa e na busca por políticas públicas em preservação das tradições de culto ao Orixá da diáspora Yorubá e no reconhecimento do Templo como lugar de promoção à saúde e no resgate de histórias africanas e afro-brasileiras. O espaço sagrado será construído dentro dos padrões africanos para não interferir no conjunto arquitetônico da cidade e entregue à comunidade nigeriana em setembro deste ano.
Atualmente a cidade de Oyó convive com diversas religiões, onde cerca de 80% da população professa o islã e aproximadamente 35% converteu-se às igrejas pentecostais. E aos poucos a cidade deixou de ser um local exclusivo do culto aos orixás. Em virtude disso, aumentou a intolerância e desrespeito com as religiões de matriz africanas, e consequentemente, o desprezo com a história dessa nação. Segundo o líder da Casa de Oxumarê, Babá Pecê, a união de esforços para o fortalecimento dos cultos ancestrais é mais do que pertinente, não só para celebrar na Mãe África, junto com os irmãos africanos as tradições que foram apresentadas Brasil, mas, sobretudo, somar esforços junto ao povo de orixá na luta por políticas públicas para garantir a existência da religião de seus ancestrais. “Construir o templo em Oyó demonstra que o culto às divindades é um patrimônio que transcende o território africano. É um reconhecimento do legado religioso africano nos candomblés de todo o Brasil”, declara o babalorixá.