Cultura

BAHIA JÁ CONHECE A MAIS VALIOSA PEÇA DA IGREJA CATÓLICA O SANTO GRAAL

A Catedral Metropolitana de Valencia ou Catedral de Santa Maria começou a ser construída em 1381
Tasso Franco , da redação em Salvador | 19/12/2019 às 08:05
Cálice que Jesus Cristo usou na santa ceia
Foto: BJÁ
    A catedral metropolitana de Valencia (Espanha) ou catedral de Santa Maria conhecida popularmente como Madre Céu abriga a mais importante relíquia da Igreja Católica, o Santo Graal, que conhecemos no Brasill como o Cálice Bento, aquele que Jesus Cristo teria usado na ceia com os apóstolos antes de sua crucificação e depois ressurreição. 

   É um objeto sagrado e que fica localizado numa capela especial à direita da entrada do templo e o turista ou valenciano paga a quantia de 9 euros (R$42,00) para ter acesso a esse local e orar. NOs dias de missas a visita é gratuita.

   Uma boa parte do turismo em Valencia, a cidade das mil torres erguida pelos romanos 138 a.C portanto com 2.157 anos de exitência e muita história, é movimentado pelo Santo Graal. 

   São milhares de católicos e não católicos que visitam a cidade para ver o Cálice Bento, milhões por ano, numa impressionante romaria diaria e sobretudo na época da semana santa, uma das duas vezes ao ano em que o cálice é retirado do nicho da capela e levado para o altar mor da basílica. A outra vez é no segundo domingo de outubro a festa religiosa para o padroeiro e mártir da cidade, San Vicente Ferrer.

   Fora dessas duas ocasiões só nas visitas papais e recentemente aconteceram as visitas dos ex-papas João Paulo II e Bento XVI. O papa Francisco ainda não esteve em Valencia para reverenciar o Santo Graal, mas, atesta-se que virá.

    Haveria outros cálices bentos na Europa também atribuidos a santa ceia de Jesus especialmente o da catedral de San Isidro, Leon, Espanha, mas, a igreja católica diante estudos arqueológicos considera como o original, em ágata, o que se encontra na catedral de Valencia.

   A parte mais importante do cálice é a de cima um pequeno vaso em ágata onde a igreja com seus artesãos colocou um pequeno pedestal com duas alças o que lhe dá a forma de um cálice. 

   Os estudos arqueológicos apontaram que esse vaso data do século I a.C. e originalmente ele foi levado por Pedro (São Pedro, primeiro papa e fundador da igreja católica) para Roma. 

   No século III com a perseguição aos cristãos pelo imperador Valeriano os monges o levaram para a cidade de Huesca, na Espanha, donde chegou as mãos da familia do rei de Aragon, Martinho, por volta de 1339. 

   Toda essa região da Espanha e boa parte da península ibérica foi ocupada e dominada pelos árabes (turcos) entre 718 d.C até a primeira quadra do século XIII (550 anos de dominação).

   Daí que o cálice ficou escondido em local incerto. Os árabes conviveram com os cristãos embora tivessem a dominação política, militar e econômica. Foram expulsos pelo rei Jaime I de Aragão, herói nacional de Valencia, em 1283. 

   Em 1437, o rei Afonso V de Aragão doou o cálice bento ao arcebispado de Valencia onde se encontra até hoje. 

   A catedral começou a ser construida em 1381 e ao longo dos anos ampliada. Em estilo gótico, fica situada no bairro El Carmen e possui três portas de entrada - uma gótica, uma barroca e uma romantica- e uma torre de 50 metros de altura (El Miguelete) donde se tem uma vista parorâmica de Valencia.

   Respeitando a tradição milenar a igreja católica nunca levou o cálice bento para Roma. 

   É o símbolo máximo da igreja e usado em todas as missas o Santo Graal representa o reconhecimento pela ação de graças pela morte e ressurreição de Cristo e nas palavras dos párocos ao erguê-lo com um pouco de vinho no seu interior e a hóstia, representam o sangue e o corpo do Senhor. (TF)