Cultura

BOAS INTENÇÕES é um filme que não recomendamos, por DIOGO BERNI

Berni diz que não é recomendável esse filme
Diogo Berni , Salvador | 29/07/2019 às 15:10
   Boas Intenções, 2019. O filme é gaulês. De boas intenções o inferno tá cheio: o ditado é correto, entretanto existem pessoas que estão a fim de fazer a diferença, e isso é louvável. É o que temos como protagonista: uma professora de classe média alta que ensina emigrantes a aprenderem a língua francesa, porém antes disso ela fazia trabalhos voluntários mundo afora, inclusive conhecera seu atual esposo oriundo dessas viagens voluntarias, a maioria no continente africano, onde nos surgimos como espécie “homo sapiens”, entretanto a região mais deslembrada, e por isso desmocratizada do planeta Terra. 

   O filme tenta, sem êxito algum, mostrar o fluxo emigratório de pessoas de toda parte do mundo, incluindo um brasileiro meio gay e débil mental ao meu modo de ver, que usava uma camisa da seleção brasileiro do Thiago Silva. Coloquemos a obra fílmica no centro da discussão; estávamos apresentando nossa protagonista: uma professora de analfabetos emigrantes em Paris. 

   O que mina,e consequentemente acaba com o filme, é a mesmice de sua cena; não que a cena em si desmotivasse a obra fílmica; nesta questão mostrara-se uma Paris belíssima com o Rio Sena como pano de fundo, inclusive, entretanto o  filme fica nisso, ou trocando em miúdos o filme fica na sala de aula com uma professora incapaz de gerir sua própria família, e por isso incapaz, também, de fazer qualquer coisa. 

   Há uma tentativa de colocar o filme para outros ares, com um professor de autoescola, sendo que este entra na estória por causa de um lei que obriga a trabalhadores a tirar uma carta de motorista para, então, se liberarem e estarem aptos a trabalhar, afinal que país é este: é mesmo a França que se sucede assim? 

    A obra fílmica se desenrola nesse limiar da saída de sala de aula para outra sala de aula : a de motorista, fato este que deixa o filme bastante longo e monótono. Uma hora e quarenta minutos de pura embromação nesta situação: confesso que nos primeiros quinze minutos tinha matado a charada e vi que a jornada seria longa e repetitiva. 

   Afinal a protagonista seria uma boa pessoa só porque estaria disposta a ajudar, isto não seria uma consequência emocional do seu espírito e de suas decisões ou ela estaria em outro plano designado como uma pessoa evoluída, e por isso, boa? 

   Achei o filme ruim e a protagonista pior: Ou seja, uma perda de tempo, por isso digo com todas as letras possíveis: não vá ! Respeito bastante à crítica cinematográfica. Se tem uma profissão que me identifico e se perguntarem quem sou eu: respondo , sou crítico de cinema; todavia isso leva em conta, inclusive, minhas opiniões, e não me sinto mau e dizer-lhes que não vão a determinado filme e vão naquele, afinal a profissão do crítico é esta.