Cultura

MORRE PADRE PÍNTO, o mais polêmico pároco da Bahia adepto do candomblé

Foi o mais polêmico padre da Arquidiocse de Salvador da contemporaneidade
DA Redação ,  Salvador | 05/04/2019 às 09:34
José de Souza Pinto, 72 anos
Foto: A Tarde
  Morre em Salvador o mais polêmico padre da Bahia aos 72 anos de idade depois de sofrer um AVC, o padre José de Souza Pinto, que revitalizou a Festa de Reis da Paróquia da Lapinha. Era dançarino e artista visual, adepto do candomblé e de outros ritos, e foi afastado da igreja, em 2006, após uma celebração afrobaiana ritualistica que a Arquidiocese considerou exagerada e chocante para os fiéis.

   O religioso de 72 anos estava internado no Hospital Jorge Valente, situado na avenida Garibaldi, desde a quarta, 3. O padre era diabético e hipertenso e sofreu um AVC em novembro de 2018. O Arcebispo de São Salvador da Bahia, Dom Murilo Krieger, divulgou uma nota de pesar nesta quinta e disse que "cumprimenta os familiares do Padre Pinto e reza pelo sacerdote".

   Após sua reintegração ao sacerdócio, atuava como vigário na Paróquia São Caetano da Divina Providência, na capital baiana. Ele ficou conhecido por atitudes ousadas, como rezar missa vestido de índio e com roupas do candomblé, além de beijar o cantor Caetano Veloso.

    “Nasci padre e vou morrer padre”. Foi assim que, há 13 anos, o padre José de Souza Pinto, conhecido como Padre Pinto, definiu sua relação com a Igreja e defendeu sua permanência na Paróquia da Lapinha, em Salvador. Ele era o paróco de lá há 30 anos, quase o mesmo tempo de sacerdócio, à época, mas uma celebração irreverente na Festa de Reis chamou um pouco mais a atenção: o padre levou os rituais de candomblé para a igreja e celebrou a missa vestido de Oxum. Causou um verdadeiro rebuliço.

  ra justamente dessa congregação que Padre Pinto disse não abrir mão, em 2006, quando acabou afastado da Paróquia da Lapinha após a celebração de Reis daquele ano. A performance não tinha pegado bem entre os mais conservadores e dividia opiniões dos fiéis.

Embora o episódio tenha ganhado repercussão nacional e um grupo de fiéis tenha pedido sua saída da paróquia, Padre Pinto costumava agradar à maioria dos frequentadores da Lapinha. Em 1997, por exemplo, montou um presépio na igreja e colocou os Reis Magos numa réplica da Fobica, o primeiro trio elétrico.