Cultura

China corta referências à homossexualidade de Freddie Mercury em filme

Vários minutos do longa "Bohemian Rhapsody" foram cortados na China
Nara Franco , Rio de Janeiro | 26/03/2019 às 19:13
Bohemian Rhapsody
Foto: divulgação

O filme Bohemian Rhapsody (2018) foi lançado na China mas com censura a trechos que fazem referência à homossexualidade do cantor da banda Queen, Freddie Mercury, e ao seu diagnóstico de HIV.

Vários minutos do longa foram cortados, incluindo cenas em que dois homens se beijam e em que a palavra "gay" é pronunciada.

Na internet, houve uma grande reação ao lançamento do filme no país asiático. Mais de 50 mil usuários publicaram resenhas no Sina Weibo, equivalente ao Twitter no país e uma das redes sociais mais populares entre os chineses.

Outras cenas removidas incluem um close-up da virilha de Mercury enquanto ele se apresenta, interações com seu companheiro Jim Hutton e toda a sequência em que o personagem e seus colegas de tela recriam o icônico videoclipe do Queen de 1984 para o single I Want to Break Free, em que os músicos se vestem com roupas femininas.

Milhares de chineses têm compartilhado pelas redes sociais avaliações do filme. A maioria é positiva.

Nos últimos anos, autoridades chinesas iniciaram uma campanha contra qualquer conteúdo considerado "inapropriado". Referências explícitas a relações entre pessoas do mesmo sexo são proibidas. Conteúdos gays são frequentemente removidos ou censurados pela mídia chinesa, para seguir as regras impostas pelo governo.

Em fevereiro, a cobertura do Oscar foi criticada por alterar uma referência à homossexualidade no discurso de Rami Malek, que interpreta Freddie Mercury, ao receber o prêmio de melhor ator.