Cultura

Reflexões de um eleitor desapaixonado, por Hendrik Aquino


Não é preciso ir muito longe para saber o quanto as relações pessoais interferem e influenciam em nossas decisões, seja no campo pessoal, familiar, profissional, social ou político.
Hendrik Aquino , da redação em Salvador | 18/02/2019 às 09:37
Jair Bolsonaro
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Sobre os últimos acontecimentos no governo Bolsonaro, quero dividir com vocês, que me acompanham, algumas reflexões, sem paixões, sem partidarismo e, colocando o país acima dos interesse pessoais, exponho um pouco da minha forma de ver a nossa relação com a gestão pública.

Tentarei tomar cuidado para não dar munição aos adversários - aqueles que colocam interesses pessoais acima dos interesses coletivos, no entanto, a “coisa” não é tão simples assim. Na verdade, nós, que estamos de fora nunca vamos saber ou entender o que realmente acontece nos bastidores da política e dos governos, vez que existem relações pessoais (sentimentos e emoções) que não chegam até nós e que não podem ser desconsideradas ao comentarmos sobre o que acreditamos ocorrer. Tais relações influenciam, e muito, nas decisões.

 Não é preciso ir muito longe para saber o quanto as relações pessoais interferem e influenciam em nossas decisões, seja no campo pessoal, familiar, profissional, social ou político. Nós, humanos, não somos apenas razão, somos também, e principalmente, emoção. Uma simples troca de olhares em uma reunião, pode desencadear grandes turbulências nas relações. A influência da família ainda gera grandes problemas na iniciativa privada e, nas instituições públicas não é diferente. 

Quantas empresas particulares decretam falência por que os sócios, parentes, não conseguem se entender na divisão das tarefas e respeitar a hierarquia institucional? Quantos irmãos usam da prerrogativa de terem os mesmos direitos familiares mas, por não terem o mesmo perfil e competência profissional põem tudo a perder? Até que ponto a influência familiar pode interferir em decisões governamentais? Somos humanos. 

Não somos máquinas. As leis são frias e a teoria, muitas vezes, tem como referência o campo das ideias – o ideal, no entanto, na prática, no mundo real, e muitas vezes com as emoções a flor da pele, decisões podem ser tomadas com mais emoção que razão, desconsiderando-se, por exemplo, o tempo necessário para readequar o planejamento. 

Cabe, nestes momentos, a sensibilidade, o chamado "feeling" mas, quantos de nós tem esta característica? Quem é mais "durão" tende a tomar decisões que, nem sempre, são as mais acertadas e quando se trata de razão e emoção, sobretudo na tomada de importantes decisões é preciso saber flexibilizar e flexibilizar é, nada mais que conseguir equilibrar os sentimentos.

*Hendrik Aquino é designer, jornalista e especialista em planejamento urbano e gestão de cidades.
Vivo e whatsapp: 71 99985-2499 | e-mail: hendrikaquino@gmail.com