Cultura

FEIRA: Jovens mantêm a tradição do secular Reisado de São Vicente

Manifestação da cultura popular em Feira de Santana
da Redação ,  Salvador | 05/01/2019 às 09:55
Maria Crispina
Foto: Abnner Kaike


O colorido e histórico estandarte do Reisado de São Vicente, o abre alas das festividades, está pronto para ganhar as ruas, levado por um grupo de jovens e adultos não apenas animados, mas dispostos a manter acesa, viva, a tradição secular do distrito de Tiquaruçu. A apresentação vai começar às 16h deste domingo.

As irmãs Edvânia e Fernanda Lima, sambadeiras do Reisado desde a recriação do grupo, há três anos – ao todo são 22 pessoas, filhas de antiga sambadeira Maria Crispina Lima, estão encarregadas dos enfeites finais do estandarte. “O que realmente nos interessa é manter a tradição. Afinal, Tiquaruçu sem o seu reisado não é Tiquaruçu. Se acaba”, diz Edvânia.

Fernanda informa que o grupo foi espontaneamente formado com o objetivo de não deixar que a tradição tão cara para os moradores locais morresse. “Estamos vivos e queremos continuar assim, mas o desafio é grande. É uma luta que não acaba nunca”. As arrecadações mantêm o grupo. Os recursos disponíveis, que não são muitos, são cuidadosamente aplicados.

Distrito e reisado estão umbilicalmente ligados – um é tão antigo quanto o outro. Até os anos 40, o local era chamado de São Vicente. Mas nem os moradores mais antigos sabem quais os motivos reais que motivaram a troca de nome. O santo é o padroeiro local. E uma placa na igreja que o homenageia informa que Maria Quitéria foi batizada naquele templo.

Maria Crispina diz que não gostaria de ver o grupo morrer e sente orgulho das suas filhas por continuarem lutando para que a tradição se mantenha. “O Reisado de São Vicente é a coisa mais bonita de se ver. Todo mundo gosta”.