Hendrik Aquino é designer, jornalista e pós-graduado em Planejamento Urbano e Gestão de Cidades.
Hendrik Aquino , Salvador |
25/09/2018 às 10:29
Tenho escrito sim, ressaltando a ignorância, ainda que acredite que todos somos ignorantes a depender do contexto. Uns mais, outros menos. O acirramento nestas eleições, a meu ver, aumentou uma ferida antiga. Para mim, é um desrespeito, acima do limite suportável, que um Partido Político, em um país democrático, lance um presidiário para concorrer a presidência da república. Há muito pouco tempo estávamos todos – ou a grande maioria de nós parecia estar, contra a corrupção.
E eu, que pensava já ter visto muitos absurdos, surpreso fiquei com a insistência de tal Partido, que carrega no nome o título de “trabalhadores”, querer, a todo custo, impor um preso por corrupção e lavagem de dinheiro, para concorrer junto aos demais candidatos a presidência do Brasil. Como se não bastasse tamanha provocação, as pesquisas davam-lhe ampla preferência.
Nas redes sociais e até no mundo real, testemunhei pessoas defendendo o corrupto preso. Diante de tantos e, cada vez mais acintosos absurdos, a minha emoção brigou com a minha razão e eu, como mediador, dei razão às minhas emoções.
Não há como jogar com desonestos e fingir que o jogo está sendo justo, sobretudo quando vemos na plateia torcedores concordando com isto.
É preciso sim gritar e chamá-los a atenção pois, das duas uma, ou são ignorantes ou são coniventes com tamanha falta de vergonha.
É fato que poucos de nós possuem estudo e acesso aos conhecimentos que nos libertariam de muitas amarras. A maioria de nós é sim, ignorante e se realmente queremos ser, não apenas ouvidos, mas também entendidos, precisamos alinhar a forma e o conteúdo do “transmissor” com o “receptor” da mensagem, tornando-a assim compreensível para uma maioria. É mais do que a tal linguagem coloquial. É preciso, as vezes, descer o nível e soltar o verbo mesmo. Infelizmente.