Cultura

DARZÉ GALERIA tem EXPO CABISBAIXO NO PARAÍSO DE MIGUEL RIO BRANCO

ABERTURA DIA 15 DE JUNHO NA PAULO DARZÉ GALERIA

JP , Salvador | 11/06/2018 às 12:06
Mostra de fotografias
Foto: MRB


Em junho, dia 15, às 19 horas, com temporada até 13 de julho, a Paulo Darzé Galeria promove a exposição individual Cabisbaixo no paraíso, 55 imagens de Miguel Rio Branco. Fotógrafo, diretor de fotografia, pintor, começou sua carreira profissional em 1964, com uma exposição de pintura em Berna, Suíça. No texto do livro da mostra, o crítico Adolfo Montejo Navas, afirma:

Algo que se evidencia, por exemplo, nas “palpitações coloridas de uma atmosfera”, que, como já se via em Velázquez (segundo observou Élie Faure), soletra o espaço, atraindo tudo a seu redor: o tempo, as figuras, a arquitetura, os objetos... E este ar contaminado, antes do dizer, quase adâmico, reporta certa origem na contemplação, é tido como um sopro visual. 

Assim, todas as imagens reunidas aqui sob o título simbólico de Cabisbaixo no Paraíso são configurações viventes, e, como tais, pedem de nós, como um organismo vivo, a parte de falta, falha, ferida, cicatriz – reconhecer a sua incompletude. Em consequência, a muda fascinação, que nos envolve num fundo matricial dessas características, é o sonho da linguagem que está na superfície, que emerge nas ressonâncias das formas, ecoadas entre uma imagem e outra. Onde isto nunca é aquilo, já que o que vemos é parte do invisível.

Quando vemos, configuramos o oculto, deixando fora a facticidade das coisas, o contexto. Os contrastes, os enquadramentos, as posições, falam de imagens-energia, nada homogêneas, portanto, de um momento icônico em que o descontínuo se coloca inscrito no contínuo. Toda a obra de Rio Branco tem este passeio cabisbaixo no paraíso, esta soma de imagens assimétricas cujo quantum se mede por intensidades, forças, um além da imagem, um significante que extrapola os signos, o que vemos. Seja um gesto menor, fechado, ou uma vista aberta, de horizonte. 

Os limites e as medidas escolhidas pelo artista falam de um atlas visual, sempre se reconfigurando. E de um convite para mirar dentro aquilo que nos olha. E este ato de diferenciação e envolvimento perpassa nossa condição imaginante, necessitada de pensar com os olhos. 

        Miguel Rio Branco nasceu em 1946. Filho de diplomata, viveu a infância e adolescência entre a Espanha, Portugal, Brasil, Suíça e Estados Unidos. Começou sua carreira profissional em 1964, com uma exposição de pintura em Berna, Suíça. Em 1966, estudou no New York Institute of Photography e em 1968 na Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro. No início dos anos 1970, trabalhou como fotógrafo e dirigiu filmes experimentais em Nova York. 

    Em 1972, começou a expor seus trabalhos de fotografia e cinema e continuou a dirigir filmes de curtas e longas metragens durante os nove anos seguintes. Dentre seus curtas-metragens estão, por exemplo, A Jaula (1969), Apaga-te Sésamo (1985). Dentre seus longas-metragens podemos citar Revólver de brinquedo (1971), Dayse das Almas deste Mundo, (1991). Desde 1980 é correspondente da Magnum Photos.

Entre as principais instituições em que expôs em individuais e coletivas estão o Museu Georges Pompidou, em Paris, o MASP, em São Paulo, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo realizado mostras em cidades como Madri, Barcelona e Bilbao/Espanha; Nova Iorque, San Diego, Houston, Tampa, Boston, Connecticut/Estados Unidos; Buenos Aires/Argentina; Veneza/Itália; Berlim, Colônia, Frankfurt, Sttutgart/Alemanha; Paris/França; Londres, Liverpool/Inglaterra; Rotterdam/Holanda; Tóquio/Japão, e participado da 17ª e 24ª Bienal Internacional de São Paulo; 5ª Bienal de la Habana, Cuba; Nakta, 1ª Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba.

Em 1966, estudou no New York Institute of Photography e em 1968 na Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro. No início dos anos 1970, trabalhou como fotógrafo e dirigiu filmes experimentais em Nova York. Em 1972, começou a expor seus trabalhos de fotografia e cinema e continuou a dirigir filmes de curtas e longas metragens durante os nove anos seguintes. Dentre seus curtas-metragens estão, por exemplo, A Jaula (1969), Apaga-te Sésamo (1985). Dentre seus longas-metragens podemos citar Revólver de brinquedo (1971), Dayse das Almas deste Mundo, (1991). Desde 1980 é correspondente da Magnum Photos.

Sua obra figura entre as principais coleções de arte, dentre as quais a de Gilberto Chateaubriand, no Rio de Janeiro, o Stedjelik Museum, Amsterdam, o Museum of Photographic Arts, San Diego, e a de David Rockefeller, Nova York, e seus trabalhos estão registrados em vários livros: Salvador da Bahia. Paris: Double Page, 1985; Dulce sudor amargo. Mexico: Fondo de Cultura Económica, 1985; Miguel Rio Branco. Rio de Janeiro: Dazibao, 1991; Nakta. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1996; Miguel Rio Branco. São Paulo: Companhia das Letras, 1998; Silent Book. São Paulo: Cosac & Naif, 1998; Entre os Olhos, o Deserto. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. Entre as premiações estão o Grande Prêmio da Primeira Trienal de Fotografia do MAM de São Paulo (1980) e o Prix Kodak de la Critique Photographique, Paris (1982), Bolsa de Artes da Fundação Vitae, em 1994, e Prêmio Nacional de Fotografia da Fundação Nacional de Arte - Funarte, em 1995.