Uma obra filmica da Paraiba
Diogo Berni , Salvador |
09/06/2018 às 09:22
Cenas da escravidão no Brasil
Foto:
O Nó Do Diabo, dirigido por Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuzi, Brasil/PB, 2017. Os diretores são inúmeros porque o filme se desenrola em cinco contos de horror com datas diferentes, porém com uma mesma locação: a fazenda dos Vieiras. Podemos escrever, também, que trata-se de cinco encontros com os mistérios da vida ao longo de duzentos anos, e que tem como tema central, além do gênero do horror, o da escravidão; sendo estes cinco contos , cinco "Nós" que não se desatam nunca.
Este foi o único filme de horror que vi este ano e muito provavelmente seja o único de qualidade produzido em 2017/2018 por este gênero estar tão em baixa na filmografia brasileira, e isso desde sempre. É importante glorificar, então, quem tem a audácia de explorar tal gênero, difícil de se fazer, já é, pelo simples desafio: digno de nossos aplausos, e isso por qualquer que seja o resultado da obra fílmica.
Pois bem : além de lembrarmos o quão cruel fora o tempo da escravatura brasileira, o filme tem uma belíssima direção de arte e bons efeitos sonoros, mas principalmente os efeitos especiais, com cabeças e miolos sendo acachapados com tiros certeiros e potentes. A duração do longa pareceu-me exagerada nas suas mais de duas horas, porém o resultado final é bacana, e vemos que o Brasil tem qualidade em todos os seus cantos/estados.
Parabéns a Paraíba pela ousadia, marca registrada de seu cinema, escreva-se de passagem. O filme encontra-se no canal público "Tevê Brasil" em formato de minissérie.