Cultura

PAULO DARZÉ GALERIA MOSTRA 16x4 com obras de quatro artistas, 8 maio

DIA 8 DE MAIO NA PAULO DARZÉ GALERIA MOSTRA 16x4, COM OS ARTISTAS JAC LEIRNER, MARCELO CIPIS,
PAULO MONTEIRO E RICARDO BEZERRA
Da Redação ,  Salvador | 03/05/2018 às 11:53
Tamanhos variados
Foto:


A Paulo Darzé Galeria apresenta a partir do dia 8 de maio (até 31 de maio) a mostra 16 por 4 reunindo os artistas Jac Leirner, Marcelo Cipis, Paulo Monteiro e Ricardo Bezerra, em esculturas e pinturas, dimensões variadas, e o uso de materiais como alumínio, cerâmica, madeira, e técnicas como o óleo, a acrílica, o guache sobre tela ou papel.
No dia seguinte, dia 9 de maio, ás 17 horas, a Paulo Darzé Galeria promove em sua sede um bate-papo dos quatros artistas com o público, sobre a mostra, a criação artística hoje, e os caminhos da arte contemporânea. Entrada franca.
  A mostra 16x4 surge de uma ideia de curadoria, como diz Ricardo Bezerra, “a partir de um desejo de reorganizar as formas de apresentação de exposições coletivas onde normalmente se elege um curador. Achamos por fim que podíamos nos auto-organizar sem conceitos a priori que não os pessoais e afetivos”. Tendo na projeção destes olhares a criação dos espaços expositivos, quatro paredes onde através da obra de um artista se faz um eixo difusor que vem a se revelar através da correlação com as outras três obras.
 
Esta é uma exposição onde são os próprios artistas que criam, além das obras, a mostra, desvendando neste diálogo entre os 16 trabalhos (4 de cada) grupos que formam um conjunto espacialmente de acordo com a definição que cada um deles realiza através de suas afinidades eletivas sobre a obra do outro. 

Ao colocar numa única exposição estes quatro artistas, a Paulo Darzé Galeria, entre seus objetivos, apresentar uma mostra que vá além de uma simples coletiva, a reunião de quatro artistas bastante importantes em sua geração. Nela se incorpora um novo procedimento curatorial. Cada artista faz suas escolhas, e com isso cria a sua própria parede, revelando não um olhar único sobre a sua obra, mas um olhar que estabelece relações com as obras dos outros, ressaltando além do dado geracional,  poéticas que apontam para o desenvolvimento das linguagens hoje nas artes visuais.

Nascidos em São Paulo, Jac Leirner (1961), Marcelo Cipis (1959), Paulo Monteiro (1961) vivem em sua cidade natal, enquanto Ricardo Bezerra (1963), na Bahia, onde é professor da Escola de Belas Artes desde 2016, possuindo os quatro uma trajetória bastante definida por exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, obras em coleções públicas e privadas, prêmios nacionais e internacionais. 

A Paulo Darzé Galeria (Rua Chrysippo de Aguiar 8, Corredor da Vitória Salvador Bahia Tel. (71)32670930 (71)99186205 – www.paulodarzegaleria.com.br – paulodarze@terra.com.br) está aberta para visitação, pública e gratuita, de segunda a sexta, das 9 às 19 horas, e sábados das 9 às 13 horas, 


7 perguntas sobre a mostra 16x4, Via e-mail, a Ricardo Bezerra

1)    É a primeira vez que vocês fazem este tipo de mostra? Um elegendo a obra do outro e com isto sendo feita a exposição?
Sim, a ideia surgiu a partir de um desejo de reorganizar as formas de apresentação de exposições coletivas onde normalmente se elege um curador. Achamos por fim que podíamos nos auto-organizar sem conceitos a priori que não os pessoais e afetivos. 

2)    O que une, seja na linguagem, no procedimento, o trabalho de vocês? Ou é só o dado geracional?
O dado geracional é evidente,  as poéticas, fruto do desenvolvimento das linguagens  muitas vezes demoram a se configurar, essa não foi a afinidade escolhida... No fundo as relações pessoais e afetivas prevalecem primeiras ainda que uns são mais amigos de que outros nesse grupo.

3)    Este diálogo explicitado nas escolhas, vocês acreditam que, creio, levem a um diálogo sobre o fazer, o trabalho, a criação. Isto se torna visível na exposição para o espectador? Melhor, este seria um dos desejos de uma mostra incorporando este procedimento?

Sim, desejamos verificar se há de fato nas escolhas elementos verificáveis em áreas mais amplas possíveis com é da natureza da arte.  que possam ser feitos critérios formais, psicológicos, históricos etc... se a exposição não se apresentar polissêmica nada deu certo...

4)    Cada um de vocês possui uma trajetória e abarca diferentes campos de atuação, ilustrador, desenhista, escultor, pintor, etc. Poderia dizer: multimídias. Esta diversidade é uma característica que os une?
Acho que não... Mas acho que um espírito especulativo para as experimentações foi um aliado que atraiu os tipos de artistas como nós...

5)    Ainda nos trabalhos, outra característica é o uso livre de materiais diversos. E em todos eles um domínio técnico. Com grande liberdade formal, e de cores. Poderiam detalhar este percurso – materiais, forma, cor?
São carreiras com 30 anos ou mais... É uma geração que nasceu ainda de um conflito entre formalistas e conteudistas... Hoje convivemos com as diferenças, somos abertos principalmente por termos revisto nossos posicionamentos... 

6)    Para encerrar, alguns são formados em Artes, outro em arquitetura. Exerceram ou exercem o magistério. Falem um pouco sobre a trajetória? Estudos, pesquisas, ensino?
Essa pergunta é legal porque, se observarmos muitas carreiras  artísticas notamos que praticamente poucos nasceram artistas... A  arte se enriquece e é generosa por isso... Ela se nutre das experiências mais dispares possível. Quanto às docências, elas são mais vocacionais mesmo. É algo muito pessoal querer ou não exercer atividades de aulas, ainda que para os artistas seja uma fonte de renda, nem todos são bons professores.

7)    Esta é a primeira vez que incursiona numa mostra na Bahia? O que sabem da arte na Bahia agora?
Para uns sim... Mas todos respeitam muito a história. A Bahia é parte de um imaginário nacional fabuloso. Será uma oportunidade incrível a comunicação entre as produções de São Paulo e Salvador... Nosso desejo é ampliar essa comunicação.

TRAJETÓRIAS

JAC LEIRNER (Jacqueline Leirner) nasceu em São Paulo em 1961. 
Entre suas INDIVIDUAIS recentes, destacam-se: Funciones de una variable, Museo Tamayo (Cidade do México, 2014); Pesos y Medidas, CAAM (Las Palmas de Gran Canaria, Espanha, 2014), Hardware Seda – Hardware Silk, Yale School of Art (New Haven, EUA, 2012); Jac Leirner, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2011). Seu extenso currículo de exposições inclui ainda participações em: Bienal de Sharjah (2015), Bienal de Istambul (2011), Bienal de Veneza (1997 e 1990), Documenta de Kassel (1992), Bienal de São Paulo (1989 e 1983). Sua obra está presente em diversas COLEÇÕES importantes ao redor do mundo, como: Tate Modern (Londres), MoMA (Nova York), Guggenheim (Nova York), MOCA (Los Angeles), Carnegie Museum of Art (Pittsburgh, EUA), MAM (São Paulo), entre outras.

MARCELO CIPS nasceu em São Paulo, 1959. 
INDIVIDUAIS. “Transasisasão”, Hotel Galeria, São Paulo, SP, 2012; “Como é bom pintar”, Galeria Virgílio, São Paulo, SP, 2004; Desenhos”, Casa Triângulo, São Paulo, SP, 1998; “Jardim das Delícias”, Casa das Rosas, São Paulo, SP, 1996; Adriana Penteado Escritório de Arte, São Paulo, SP, 1994; “Trabalhos recentes & Pyrex Paintings”, Galeria Kramer, São Paulo, SP, 1989; “A Tragédia e a Comédia”, Galeria Documenta, São Paulo, SP, 1988; “Exposição nº 1”, Espaço Cultural Casper Líbero, São Paulo, SP, 1987. PRÊMIOS. Bolsa da Pollock-Krasner Foundation, Nova Iorque, Estados Unidos, 2000; Prêmio VASP, 4º Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo, SP, 1986; Prêmio aquisição, 2º Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo, SP, 1984.

RICARDO BEZERRA nasceu em São Paulo, 1963.
Entre as recentes INDIVIDUAIS: 2015 A Rica Fauna do Mundo, Instituto de Artes da UNESP - Leitura dramatico-visual Auké, A Ilha Invisível. 2014 Desenhos do Teatro, CIT – Ecum –SP; Leitura dramatico-visual A Última Almôndega, Espaço Jã – SP; 2013 3 Peças:Desenhos e Pinturas, Oficina Cultural Oswald de Andrade –SP; 2010 Drácula em 20 desenhos, AMAM - Associação dos Amigos do MAM – SP; 2005 As Bordas da Pintura, CEUMA: Centro Universitário MariaAntônia – SP; 2003 Pinturas, MARP: Museu de Arte de Ribeirão Preto – SP 007, Espaço Cultural Livraria da Vila – SP; Pinturas, Espaço Virgílio – SP; 2001 Pinturas, Galeria André Millan – SP; 1998 Pinturas e Desenhos, Escritório de Arte Rosa Menescal Barbosa – SP; 1996 Pinturas, Projeto Macunaíma - Funarte RJ; 1995 Pinturas, Museu Theodoro de Bona – Curitiba; 1991 Pinturas e Desenhos, Galeria SESC Paulista – SP.

PAULO MONTEIRO nasceu em São Paulo, 1961. 
INDIVIDUAIS. 2017 The outside of distance, MISAKO & ROSEN and Tomio Koyama Gallery, Tokyo, Japan; 2016 The inside of distance, Office Baroque, Brussels, Belgium ; 2015 The inside of distance, Mendes Wood DM, São Paulo, Brazil ; 2013 Paulo Monteiro, Mendes Wood DM, São Paulo, Brazil ; 2012 Coisa Superfície, Centro Universitário Mariantonia, São Paulo, Brazil; 2011 Viajem ao miolo do meio, Galeria Marília Razuk, São Paulo, Brazil; 2010 Misturado, Carlos Carvalho Galeria de Arte, Lisbon, Portugual; 2008 Marília Razuk Galeria de Arte, São Paulo, Brazil Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brazil. COLEÇÕES. Museum of Modern Art, New York, United States; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brazil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brazil; Pinacoteca Municipal de São Paulo, São Paulo, Brazil; Museu de Arte de Brasília, Distrito Federal, Brazil; Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, Brazil.