Serviço: O quê: Loucas do Riacho – Projeto Ofélia Onde: Espaço Cronópios [R. Direita do Santo Antônio, 179 - Santo Antônio] Quando: 24 e 25 de março, às 17h30 Indicação etária: 18 anos Ingresso: R$30 e R$15
RB , Salvador |
07/03/2018 às 09:45
Dias 24 e 25 de março
Foto: Mariana David
O espetáculo Loucas do Riacho volta a cartaz para curta temporada nos dias 24 e 25 de março, no Espaço Cronópios, localizado na Rua Direita do Santo Antônio Além do Carmo. A performance faz parte do Projeto Ofélia, inspirado na personagem mítica de William Shakespeare.
Neste ritual, Ofélia paira sem nome e mergulha nos corpos de sete performers para flexionar os sentidos de loucura, morte, corpo feminino e simbologia da água, e para reelaborar modos de relacionar-se com o tempo. Integram o espetáculo as atrizes/performers Camilla Sarno, Felipe Benevides, Liz Novais, Mônica Santana, Olga Lamas, Uerla Cardoso e Raiça Bomfim, que também assina a direção do trabalho.
Dentre as escolhas estéticas de Loucas do Riacho, há uma diretriz política que diz respeito às normatizações sobre o corpo feminino e sobre o ser mulher no mundo. Em Loucas, há um movimento sutil, em que cada corpo em cena e o corpus coletivo que se produz se desgarra das fronteiras dessas normatizações e, deste modo, as refuta.
“Não é possível estar com/em Ofélia sem perpassar sua condição de mulher e as forças históricas que aí interagem, cotejando-as com minha própria condição feminina em confluência com a de outras mulheres com quem estabelecemos relações de contraste e/ou cumplicidade”, realça a diretora.
Dramaturgia
O espetáculo transcorre numa dramaturgia do encontro, por meio de acordo de disposição que se constitui na abertura para a relação com o outro. As influências para essa construção dramatúrgica partem principalmente do campo da performance, em referências como o conceito de “programa performativo”, de Eleonora Fabião (2013).
“Não há um material preparado de modo fechado que o público assiste e, a partir daí, pode ou não fruir a depender de sua afinidade e repertório. O que há é um arranjo de chaves através das quais artistas e público podem ir – ou não - se engajando, numa performance de aproximação e numa reformulação do tempo”, explica Raiça Bomfim.
Deste modo, em Loucas, o que presenciamos não é um encadeamento de ações que preenchem toda a duração da cena, mas uma cena-acontecimento que interage com as ideias de silêncio e vazio, e que começa ao entardecer, tendo uma duração variável, em torno de uma hora e meia a três horas. Bomfim utiliza de alguns elementos objetivos que servem como disparadoras de situações, a partir dos quais a cena se desenrola de modo randômico, junto aos elementos não antecipáveis que rebentam em cada momento.
“O que fazemos é animar as possibilidades de escuta e a experimentação de uma nova relação com o tempo. Em Loucas do Riacho, a cena foge ao longo da imprecisão de suas marcas, da incerteza sobre seu início e fim. Mesmo acontecendo num endereço definido, ela transcorre num espaço intersubjetivo, num fluxo que se compõe pelas trocas sutis entre os agentes envolvidos, que são tanto os artistas que desenvolvem a obra quanto o público que a compõe a cada dia”, descreve Bomfim.
Ficha Técnica
Direção e Concepção: Raiça Bomfim
Performance e criação: Camilla Sarno, Felipe Benevides, Liz Novais, Mônica Santana, Olga Lamas, Raiça Bomfim e Uerla Cardoso
Trilha sonora original: André Oliveira
Trilha sonora adaptada e sonoplastia: Neila Kadhí
Concepção de cenário e figurino: Fábio Pinheiro
Concepção de iluminação: Márcio Nonato
Composição Gráfica: Lucas Moreira
Coordenação de Produção: Olga Lamas
Produção Executiva: Júnior Oliveira
Assessoria de Imprensa: Rafael Brito - Théâtre Comunicação
Realização: Gameleira Artes Integradas