Cultura

FENÔMENO POPULAR IGOR KANNÁRIO leva 'FAVELA' para carnavalizar. Demais

Pra completar, juntaram Ed City e Kannário selaram a paz no Momo
Da Redação , Salvador | 12/02/2018 às 17:43
Multidão incalculável de pessoas na maior pipoca do Momo
Foto: Inácio Txieira
  Não há nada igual no Caranaval de Salvador em termos de massa popular. A favela do Igor Kannário, maior pípoca do Momo, levou uma multidão de jovens ao Circuito Osmar nesta tarde. Indiscritível. Maioria de jovens negros dos bairros mais populares numa manifestação espontêna acompanhada por patrulhas da PM, as mais especializadas da tropa, com o vereador e sua banda entoando cânticos que só eles mesmos conhecem. 

  A turma é conhecida como a favela e alguns músicos e cantores tatuam no corpo essa expressão. Quem comanda o vocal é Kanárrio, um show-man popular que não deixa ninguém parado e faz discursos de paz e até de invocações a Deus. Dizee que é impressionante é pouco. Se juntar os blocos afros todos de Salvador não reúne essa massa popular. Algumas pessoas desmais, mas, o cortejo segue.

   Pra completar, juntaram Ed City e Kannário selaram a paz no Momo

Amado por uma legião de fãs, o cantor Igor Kannário foi o nome mais aguardado nesta segunda-feira (12), no Campo Grande. Antes mesmo da estrela subir no trio, muitos seguidores já o aguardavam, no Corredor da Vitória, debaixo de uma chuva fina para ficar bem pertinho do ídolo. Como convidados, Kannário recebeu os cantores Chiclete (ex Guettho é Guettho) e Edy City, que, junto com ele, fazem parte do movimento “Empoderamento do Pagode”.

Robson Sampaio, 51 anos, que segurava uma camiseta com a foto do cantor, disse que trabalha todos os dias como segurança para folgar na segunda-feira de Carnaval, “Sigo a pipoca do Kannário há três anos sozinho. Ele fala a linguagem do povo”, disse. A secretária Camila Sampaio e a estudante de Nutrição Lorena Vidal, as duas de 28 anos, também engrossaram o coro das manifestações de carinho. “Ele é top demais. Kannário arrasta a multidão, traz alegria”, emendaram.

Dono de uma voz potente, Igor Kannário é autor das chamadas músicas chiclete, definição para sucessos que ficam na boca do povo como: “É tudo nosso”, “Kannário é barril”, “Príncipe do gueto” e “Bonde do Kannário”. Canções que agradam em cheio o pedreiro Sérgio Martins, 32 anos, que cantarola “É tudo nosso”, e desabafa, “Ele representa a favela”, avaliou o morador do Alto das Pombas, que trouxe junto a filha Sabrina, de 11 anos. Ele usou um refrão para definir a paixão pelo ídolo. “Ele vem chegando e brasando”, afirmou a pequena fã.

A explicação para tanta admiração pôde ser vista na entrada da Pipoca do Kannário, no circuito Osmar. Uma massa compacta no mesmo ritmo pulava como se o chão estivesse mexendo. De cima do trio, o “Príncipe do Gueto” dava o comando, e os súditos respondiam cantando e dançando.

Para o Carnaval 2018, Kannário aposta no hit, “Novinha pode pah”, música que cantou com os parceiros Lucas e Orelha, os baianos vencedores do programa Super Star. Escolha perfeita para o pequeno Cauã, de 12 anos, que fez a mãe Ana Paula Fonsêca, 30 anos, atendente, se deslocar da Fazenda Grande do Retiro para ouvir o pagode ao vivo., “Eu gosto muito”, disse, com brilho nos olhos.