Cultura

Cenas de guerra no entorno do Maracanã ofuscam decisão da Copa Sul Am

A cultura esportiva no Brasil não existe
Nara Franco , Rio | 13/12/2017 às 23:09
Tumulto no Maracanã
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Mais uma vez o futebol brasileiro mostra não estar preparado para lidar com vândalos disfarçados de torcedores e muito menos com possibilidade de garantir segurança a quem apenas quer ir ao estádio torcer. Horas antes do inicio da decisão da Copa Sul Americana, no Maracanã, entre Flamengo x Independiente, o que se viu nas ruas que cercam ao estádio foram cenas de guerra. 

Sem ingresso, flamenguistas invadiram o estádio. As cenas foram exibidas na TV e mostraram pessoas sendo pisoteadas, enquanto centenas passavam correndo pelos portões do setor mais popular. Muitos entraram em confronto com a Polícia Militar, que lançou bombas de gás de pimenta tentando conter o tumulto.

O entorno do Maracanã se tornou uma praça de guerra, com torcedores machucados, argentinos provocando brasileiros com gestos racistas e um total descontrole. Torcedores do Independiente que foram de ônibus ou táxi, foram agredidos e os veículos depredados. Rojões eram jogados nas ruas, assustando quem passava pelo local. 

Mesmo tendo sido sede da Copa do Mundo, o Brasil teve como legado do torneio apenas o Maracanã reformado. Todos os fins de semana de jogo vemos que temos de nos contentar apenas com isso. A Conmebol não se manifestou sobre o assunto (que começou ontem à noite) e nenhum tipo de punição foi sequer cogitada. 

O futebol acaba ficando em segundo plano, deixando como protagonistas vândalos, desocupados, que fazem do ato de torcer um ato de violência e guerra. As mesmas cenas lamentáveis se repetiram diversas vezes no Campeonato Brasileiro e, mesmo com investigações policiais mostrando a ligação entre diretorias de clubes e torcidas organizadas, tudo indica que nada vai mudar. 

O presidente do Flamengo pediu desculpas publicamente, mas não é suficiente. Essa semana, o assessor do presidente do Fluminense foi preso, assim como dois seguranças do Vasco e um do Botafogo, todos envolvidos com a venda irregular de ingressos.