Cultura

POVO DE SANTO DE LAURO DE FREITAS celebra a alvorada dos ojás

A Caminhada é também um momento de afirmação
MC , Lauro de Freitas | 01/12/2017 às 18:29
Cerimônia religiosa em que se amarra um pano branco em árvores, ancestralidade
Foto: Lucas Lins
Povo de santo pede paz e respeito em Lauro de Freitas
 
 
Ao som dos atabaques em reverência aos orixás, mães, pais e filhos de santo reafirmaram a religião de matriz africana nesta quinta-feira (30), com a Alvorada dos Ojás. Unidos num ritual de devoção, os religiosos amarraram uma a uma as árvores da Praça João Thiago dos Santos no Centro de Lauro de Freitas com tecidos brancos utilizados durante as obrigações do candomblé. “É a afirmação da ancestralidade africana com o elemento vivo, uma maneira de buscar relações positivas reafirmando o amor e o respeito”, explicou o superintendente da Igualdade Racial, Paulo Aquino.
 
O ato, alusivo ao Novembro Negro, se estenderá por todas as regiões da cidade levando o branco de Oxalá.  O objetivo, segundo os organizadores, é exigir respeito e combater a intolerância religiosa, além de pedir paz para os laurofreitenses. A coordenadora Executiva da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial (Supir), Claudia Santos, disse que a Alvorada dos Ojás é uma manifestação pacífica e que prega a união, o respeito e a paz, e, que as garantias estão asseguradas na Constituição.
 
Encerrando as ações do Novembro Negro, neste sábado (2), será realizada a Caminhada ‘A cor da cidade’. A concentração será às 9h na Terraplac, na Itinga, em Lauro de Freitas, e segue em direção ao Largo do Caranguejo ao som de grupos percussivos, de capoeira, hip hiop e outras manifestações que simbolizam o povo negro. “Juntos vamos conscientizar, manifestar e lutar”, frisou Aquino. 
 
A Caminhada é também um momento de afirmação. Cláudia Santos lembra que 85% dos moradores do município são afrodescendentes e a proposta é retratar a história e a luta de resistência do povo negro, tendo como objetivo o resgate da juventude negra e do povo de Santo. “É um momento de reflexão, voltado para articulações políticas dos movimentos negros do município, que busca combater o preconceito racial e sensibilizar as pessoas para a mensagem de que ser negro é orgulho e não motivo de vergonha e discriminação”