Um dos mais importantes artistas visuais contemporâneos do Brasil, o carioca Daniel Senise, quer fazer parceria com museus e imóveis do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) na Região Metropolitana de Salvador. Os recursos serão levantados pelo próprio Senise junto a patrocinadores locais e nacionais. A partir de setembro (2017), deve começar a captação de imagens no Museu do Recôncavo (Candeias), Palácio da Aclamação e outros casarões do IPAC na capital. Em 2018, o artista utilizará o Palacete das Artes ou o Museu de Arte da Bahia (MAB) para expor os resultados em 2018, todos, equipamentos culturais do IPAC.

 

Daniel Senise já participou das bienais de La Habana (Cuba), Veneza (Itália), Liverpool (Reino Unido), Nova Delhi (Índia), Cuenca (Equador), além de coletivas do MOMA de Nova York (EUA), Museu Ludwig de Colônia (Alemanha), Musee d’Art Moderne de la Ville e Centre Georges Pompidou, ambos em Paris (França). Na última sexta-feira (7), ele esteve com o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira, em reunião na sede do órgão, localizado na Praça da Sé, em Salvador, acompanhado do curador Alberto Saraiva.

 

UFBA e MEMÓRIA – “Através de tecidos com água e cola, e também fotografias, conseguimos captar as texturas de pisos de casarões antigos trazendo a memória e a história desses lugares, transformando depois esse material em telas que serão expostas ao público”, explica Daniel Senise. Segundo ele, a impressão nos tecidos expõem o desenho e a memória dos espaços. “Depois, Daniel realiza novo trabalho de interferência para expor os resultados à apreciação pública; a nossa intenção, é capturar essas telas em imóveis antigos do IPAC e depois expor em um dos museus”, completa o curador Alberto Saraiva.

 

Para o projeto, o artista quer convidar cerca de 20 alunos dos cursos de Belas Artes e Museologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador. Vinculado à Secretaria de Cultura (SecultBA), o IPAC fará a articulação com a Ufba, oferecendo imóveis e museus. “A mostra pode ser no Palácio da Aclamação, no Palacete das Artes ou no Museu de Arte da Bahia (MAB), todos do IPAC”, diz Saraiva.

 

PARCERIAS – O diretor do IPAC lembra que a parceria propõe amplo diálogo e ações multidisciplinares experimentais entre cidade, arquitetura, artes plásticas e museus, promovendo as artes, estimulando o aprendizado acadêmico com alunos da Ufba e trazendo um expoente da arte brasileira para Salvador. “O IPAC desenvolve parcerias não somente com órgãos públicos e prefeituras em todo o estado, como também com a iniciativa privada, coletivos e artistas independentes; nosso objetivo é dinamizar ainda mais os museus e oferecer bons projetos”, afirmou João Carlos.

 

Ainda na sexta-feira (7), Daniel Senise e Alberto Saraiva, acompanhados pela chefe de Gabinete do IPAC, Ana Liberato, visitaram museus do IPAC: Palácio da Aclamação, MAB e Palacete. “Gostei muito também de conhecer as fotos do Museu do Recôncavo do IPAC em Cadeias, onde pretendo atuar com o projeto”, garantiu.

 

DINAMIZAÇÃO – O projeto de Senise integrará o Programa de Dinamização de Espaços e Museus do IPAC, que além do Palacete, MAB e Aclamação, administra o Passeio Público (Campo Grande), Praça das Artes, Largos Tereza Batista, Pedro Archanjo, Quincas Berro D’Água, e Centro Cultural Solar Ferrão (Pelourinho) e mais outros equipamentos na capital e interior. Os espaços do IPAC estão abertos a exposições, mostras, performances, feiras, eventos artístico-culturais, educacionais e socioambientais. Contatos: www.ipac.ba.gov.br/museus.

 

“A ideia é também abrir novas possibilidades para o mercado em uma iniciativa diferente do que vem sendo feito no Brasil”, afirma Alberto Saraiva, curador de exposições em todo o Brasil e América Latina, incluindo a Bienal do Recôncavo (2000). Os recursos serão de patrocinadores conseguidos pela produção do artista.  Assista ao vídeo Museus do IPAC: http://goo.gl/Hjxtkc. Conheça mais ações do IPAC: www.ipac.ba.gov.br, facebook Ipacba Patrimônio, twitter @ipac_ba e instagram @ipac.ba.