Cultura

NANOTRIOS trazem som da GUINÉ-BISSAU e Rock de Raul Seixas

É uma novidade atrás da outra
Secult ,  Salvador | 06/02/2016 às 22:01
Beleza de inovação no Momo
Foto: Sideney Rocharte
Dois nanotrios (veículos de tração humana)  estiveram presentes nesta tarde de sábado (6) no Carnaval Pipoca 2016. No Circuito Batatinha (Pelourinho) teve um encontro intercontinental de ritmos para agitar os foliões que foram atrás do Arrastão Multicultural Guiné-Bahia. No Circuito Dodô (Barra-Ondina)  a Banda Arapuka, do Bicicletrio, fez releituras das músicas do roqueiro baiano Raul Seixas.

Com tambores e instrumentos de corda com cabaça africano como tomkoromgh, bëmsumi, djimbe, sabá e bata, até então desconhecidos pelos presentes, tocavam
 baianos e guineenses no nanotrio Arrastão Multicultural Guiné-Bahia. Acompanhavam a batida, dançarinos que, assim como os músicos, vestiam roupas de tecidos africanos, inspirados no país com cores alegres e encantando mais ainda o público com a novidade.


"Dentro da cultura baiana temos muitos ingredientes de Guiná-Bissau e estamos numa ponte entre Guiné e Bahia para reanimar esta conexão. Temos que restabelecer  este laço que deve se perpetuar", disse Muh Mû Mbana, que toca tomkoromgh e bëmsumi. Já a vocalista convidada, Nara Couto, que é baiana, disse que este grande encontro proporciona identificações. "Somos um só, mas fomos separados". No repertório, Nara aposta
 em sucessos dos Tincoãs e de Tiganá.

A proposta do grupo, que conta com 15 integrantes, é fazer uma junção étnico-cultural entre a Bahia e Guiné-Bissau. Gabi Guedes, diretor musical do projeto,  artista acredita que a valorização de um projeto que faz essa fusão rítmica, acompanhada de cânticos guineenses, abre as portas para outros encontros entre grupos de outros países com produções locais. A união se concretizou a partir do encontro entre Muh  Mû Mbana e o guitarrista baiano Jurandir Santana no Festival de Música Instrumental, em maio de 2015. Além dos já citados, integram o arrastão Lucas Maciel, Jadson (Shrek), Luís Coutinho, Iuri Passos, André Souza e Rodrigo Pantera.

Rock na folia - Comandado por Marcos Clement, da banda Arapuka, o nanotrio Bicicletrio trouxe toda a musicalidade
 do baiano Raul Seixas para o  Carnaval Pipoca. Utilizando instrumentos de percussão e sopro, a banda resgatou a vasta coletânea do músico que é consagrado pelos brasileiros. “É maravilhosa a oportunidade de relembrar a grande historia fonográfica da Bahia,  através de Raul Seixas. Mostrar que a riqueza musical daqui não é apenas a ditada pela indústria”, desabafa Javan Pacífico Jr, trompetista da Arapuka.


A ideologia sustentável presente no projeto chamou a atenção do músico Emanuel Walter, o Manu W, que acompanhou o desfile de bicicleta. “Para mim é fantástico testemunhar o olhar de  alegria das pessoas ao reconhecerem a musicalidade de Raul no som de uma banda puxada por um carrinho montado com bicicletas”, festejou o artista. A funcionária pública Liana Caldas também acompanhou o Bicicletrio. “A Secult está de parabéns quanto à valorização  do Carnaval de rua. É uma oportunidade de exposição da diversidade que é a musica baiana, e o tributo a Raul é um trabalho de resgate muito bem feito”, comemorou a foliã.