Cultura

Centro Educacional projeto Orquestra Sinfônica para bairro Cajazeiras

É uma proposta que está em gestação
Josalto Alves , Salvador | 28/01/2016 às 18:55
Ensinamento de música no CELS
Foto:

   Primeiro bairro planejado de Salvador e segundo mais mais populosos da cidade,
Cajazeiras pode ter em breve uma orquestra sinfônica. Esta é a proposta do Centro Educacional Luz
do Saber (CELS), que comemora seus 18 anos de existência investindo na música. A
diretora da instituição, educadora Andreia Dias, afirma que “nós fazemos muito
mais do que cumprir a exigência do Ministério da Educação de colocar o ensino
da música na grade escolar. Nós a colocamos como uma de nossas prioridades, com
projetos específicos, visando descobrir talentos, desenvolver a musicalidade
com qualidade e formar artistas, além de criar oportunidades para a
comunidade”.

Com essa visão, além de ofertar o curso de música
para alunos do fundamental II e do ensino médio, o CELS oferece cursos de canto,
violão, violino, teclado, bateria, flauta, e até o final desse semestre
oferecerá o curso de violoncelo. “Temos alunos de violino se preparando para a
próxima audição de admissão nas Orquestras Sinfônicas e Corais dos Núcleos
Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba)”, revela o
professor de música Paulo Reis, lembrando ainda que duas alunas do CELS
passaram pela triagem para participação do The Voice Kid, chegando à fase de
audição local. 

Além de planejar a implantação de uma orquestra
sinfônica, o CELS tem também como meta a organização de uma orquestra de
câmara, conforme revelam o professor Paulo Reis e a coordenadora de eventos
Fernanda Dias. Eles contam que o colégio oferece também cursos livres de teoria
musical, violão e canto, aberto à população do bairro, aos sábados pela manhã;
violino e teclado, na sexta-feira, pela manhã e tarde, e ainda aulas de canto e
de técnica vocal na sexta-feira à noite. “As matrículas serão abertas no dia 15
de fevereiro, com aula inaugural marcada para o dia 4 de março”, informa
Fernanda Dias. Mais informações podem ser obtidas através do telefone
71.3395.0371.

A diretora Andreia Dias explica que este é o
terceiro ano de atuação do CELS na área de música, que já criou a tradição de,
no final do segundo semestre, apresentar o resultado do trabalho desenvolvido
num grande recital, sempre realizado num dos teatros de Salvador, com a
participação dos alunos, seus pais e convidados. 

E o repertório praticado nas aulas de músicas é
uma verdadeira viagem pela história da música brasileira, fazendo a junção da
cultura africana, com a indígena e a européia, conforme explica o professor
Paulo Reis. “Pesquisamos todos os ritmos, a exemplo do lundu e samba de roda, a
valsa com influência da Áustria, e os maracás e pau de chuva dos índios, até os
instrumentos eletroeletrônicos mais modernos”. Além disso, há a percussão feita
com sucatas, e o trabalho de bateria ministrado pelo músico e professor George
Teixeira.  

As músicas de Dorival Caymmi, Chiquinha Gonzaga
e Tom Jobim, são temas das aulas, além de Geraldo Vandré. Suas letras de
protesto são contextualizadas pelos professores, que pintam para os alunos o
cenário do Brasil dos anos 60. A composição “Pra não Dizer que não Falei das
Flores”, também conhecida como "Caminhando", vencedora do III Festival Internacional da Canção da TV Globo,
em 1968, tornou-se um hino de resistência do movimento civil e estudantil que
fazia oposição à ditadura durante o governo militar.