Cultura

13 DE MAIO: Abolição Escravatura foi marco na vida dos negros no país

Não se pode apagar a luta dos abolicionistas brasileiros pelo fim da escravidão
Tasso Franco , da redação em Salvador | 13/05/2015 às 09:54
Quadro representativo da assinatura da Lei Áurea
Foto: DIV
   O 13 de maio de 1888 marca a data de abolição da escravatura através da Lei Áurea assinada pela princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, o qual se encontrava na Europa adoentado. Essa é uma data expressiva no país, hoje, pouco comemorada pela comunidade negra que preconiza o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, como sua data magna.

   A abolição da escravatura, no entanto, tem um significado mais amplo porque a ele precedeu toda uma luta de politicos e intelectuais brasileiros, os abolicionistas, e isso vem desde Castro Alves, Luis Gama, André Rebouças, Joaquim Nabuco, Artur Azevedo, José do Patrocínio, etc, e se aprofundou a partir de 1860 com o fim da Guerra do Paraguai (1864/1870) e a guerra civil americana (1861/1865) que resultou na morte de Lincoln e a vitória do Norte com o fim da escravidão.

   Portanto, ao contrário do que propagadam alguns segmentos, não se trata de um fato isolado, de uma benesse da princesa Isabel, mas, de um movimento, de uma luta imensa, senão envolvendo a carnificina que foi a Guerra de Secessão nos EUA com mais de 600 mil mortos, mas, de grandes embates, algum sangue derramado, e debates no então Congresso nacional.

   Foram mais de 35 anos de lutas desde a extinção do tráfico dos escravos, em 1850, Portugal sendo pressionado pela Inglaterra. 

   RESUMO HISTÓCIO

   No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia no Brasil trabalhadores para a realização de trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores buscaram uma outra alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.
 
   Como era a escravidão no Brasil
 
Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta. 
 
Embora muitos considerassem normal e aceitável, a escravidão naquela época, havia aqueles que eram contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não tinham influência política para mudar a situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser tomadas lentamente.
 
O início do processo de libertação dos escravos e fim da escravidão 
 
Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que defendia a abolição da escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos principais abolicionistas deste período.
 
A região Sul do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros, a partir de 1870.  Na região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram os primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um número menor de escravos. Já nos principais centros urbanos, era grande a necessidade do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo financeiros aos proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado pelo Reino Unido,  foi alcançando seus objetivos lentamente. 
 
A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei.
 
No ano de 1885, foi  promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade.
 
Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país.