Cultura

Festas Populares da Bahia é tema de novo livro de Cadena, dia 14

Festas Populares da Bahia. Fé e Folia”, 304 páginas, que será lançado em 14 de janeiro próximo, no restaurante Pereira, 3° piso do Shopping da Bahia (Iguatemi)
ABC , Salvador | 08/01/2015 às 07:01
Festa do Bonfim em foto do acervo da Gregório de Mattos
Foto: DIV
Foi em 13 de junho de 1549, dez semanas após o desembarque de Thomé de Souza, que se realizou a primeira festa popular da Bahia. Salvador era então um canteiro de obras, a cidade estava sendo construída, mas as circunstâncias não impediram a celebração da festa de Corpus Christi com muita animação, “as ruas muito enramadas e houve danças e invenções à moda de Portugal”, como descreveu o Padre Nóbrega. Algumas semanas após, em 18 de julho de 1549, realizava-se a Festa do Anjo com participação dos índios, estes empolgadíssimos com a música de trombetas. Pediram bis segundo contou o Jesuíta. 

Desde então a Baía de Todos os Santos assumiu-se Baía de Todas as Festas, conforme conta o jornalista Nelson Cadena no seu novo livro intitulado “Festas Populares da Bahia. Fé e Folia”, 304 páginas, que será lançado em 14 de janeiro próximo, no restaurante Pereira, 3° piso do Shopping da Bahia (Iguatemi), a partir das 18h30. O livro faz um registro histórico das principais festas populares, existentes e extintas, relevando as suas origens, influências e transformações. Com destaque para 24 festas da atualidade, dentre elas as do Senhor do Bonfim, Iemanjá, 2 de Julho, Boa Morte de Cachoeira, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Purificação de Santo Amaro, Conceição da Praia, Lavagem de Itapoan, Festa de Reis, Santa Bárbara.

Jornais antigos

O grande diferencial do livro, segundo o autor, são as fontes primarias colhidas em jornais do século XIX, mais de 80 títulos consultados, com muitas novidades que permitem o aporte de novos elementos e ainda uma revisão histórica quanto à cronologia de origem de algumas dessas manifestações. Entre as festas extintas, o autor registra o caráter espetaculoso com muitas alegorias e representações teatrais de eventos como os das festas da Rasoura, Onze Mil Virgens, Fogaréus. Destaca ainda a importância do veraneio nos arrabaldes distantes do centro da cidade que no século XIX fortaleceram grandes festas, hoje desaparecidas ou transformadas, como as de Santo Antônio da Barra, Mares de Amaralina, Nossa Senhora da Luz da Pituba, São Gonçalo do Amarante e Nossa Senhora da Guia, as duas últimas realizadas em Itapagipe. 

Entre outras curiosidades o autor conta o hábito de famílias abastadas que celebravam o Ano Novo doando um escravo como presente para os amigos mais próximos; destaca ainda a Festa de 7 de Janeiro de Itaparica que ao contrário do que se imaginava foi anterior à Festa de 2 de Julho. O evento insulano foi pioneiro, a primeira festa cívica comemorativa da Independência. Detalha, também, o que foi a maior festa de todos os tempos, realizada em 1760 em Santo Amaro da Purificação, durante três semanas ininterruptas de festejos. E ainda relata a influência dos Ternos e Ranchos de Reis, o autor levantou mais de 120 agremiações constituídas entre 1880 e a atualidade. Segundo Cadena, os Ternos influenciaram no aspecto alegórico e musical praticamente todas as festas populares, inclusive o Carnaval.

Exposição

Na mesma data de lançamento do livro, 14/01, será inaugurada no terceiro piso do Shopping da Bahia, na Praça Mãe Menininha do Gantois, ao lado da Perini, uma exposição contendo 30 painéis com fotos e textos das principais festas populares da Bahia. A amostra que tem a curadoria de Nelson Cadena, fica em exposição até 16 de fevereiro.

Outros livros do autor



História do Carnaval da Bahia. 2014

A Viagem. Uma crônica hippie dos Anos 70. 2004

100 Anos de Propaganda no Brasil. 2000

450 Anos de Propaganda na Bahia. 1999

Tudo que você precisa saber para se dar bem na Bahia. 1995

25 Anos da Melhor Propaganda Brasileira. 1991

50 Anos da Associação Baiana de Imprensa. 1980