Cultura

Igreja Sacramento da Rua do Passo será restaurada pelo IPHAN

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Ascom IPHAN , Salvador | 17/09/2014 às 10:33
Igreja do Passo no Pelourinho
Foto: IPHAN
Após 18 anos fechada, a Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo, localizada no Alto do Carmo, Centro Histórico de Salvador, será restaurada. Para dar início às obras, o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na Bahia, Carlos Amorim, assinará nesta terça-feira (16/09), a ordem de serviço, na presença do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, e do diretor nacional do PAC Cidades Históricas, Robson de Almeida. A assinatura será às 14h30, na sede do IPHAN, na Barroquinha.
 
Em 1998, a queda das telhas e forro, devorados por cupins, sobre o retábulo e o altar, provocou o fechamento da Igreja do Santíssimo Sacramento. Agora, com recursos do PAC Cidades Históricas de 8 milhões e trezentos mil reais, o IPHAN vai promover a restauração dos bens imóveis, móveis e integrados, e da imaginária da Arte Sacra, locadas nos altares no interior da igreja. Deverão também ser readequadas as estruturas em madeira dos altares mor e colaterais e da análise das trincas e rachaduras no altar-mor. “Com a execução destas ações, a Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo, tombada pelo IPHAN em 1938, será totalmente restaurada, preservando a importante composição volumétrica de extraordinário valor arquitetônico”, explicou Carlos Amorim. O prazo máximo de execução dos serviços é de 18 meses.
 
368 anos de construída
 
O monumento foi construído em 1736 para ser a matriz da freguesia criada 18 anos antes. A Igreja em alvenaria de pedra e tijolos, possui subsolo (ossuário), térreo (capela-mor e sacristia) e pavimento superior (tribunas e coro). A planta é típica das igrejas baianas do século XVIII, com corredores laterais superpostos por tribunas e sacristia transversal que, neste caso, dá acesso ao ossuário, em nível inferior. Sua fachada tem composição similar aos edifícios religiosos do período, com corpo central encimado por frontão e acesso do tipo arco do triunfo, flanqueada por torres terminadas em frontões curvos e cobertura piramidal.
 
Seu interior é neoclássico, onde destaca-se a pintura do teto, de autoria imprecisa, em perspectiva ilusionista barroca, de origem italiana. A monumentalidade do edifício é realçada pela escadaria que lhe é fronteira na encosta e estabelece uma ligação entre dois logradouros situados em cotas distintas.
 
Sua escadaria de 55 degraus serviu de cenário para o filme "O pagador de promessas", em 1962, dirigido por Anselmo Duarte, com base na peça de Dias Gomes, vencedor da premiação Palma de Ouro, no Festival de Cannes, na França.