Cultura

DOCUMENTOS históricos inspiram artistas na 3ª BIENAL DA BAHIA

Departamento Arquivo e Ficção, Seção Psicologia do Testemunho terá abertura no Arquivo Público do Estado da Bahia em 17 de julho, quinta-feira, com exposição de dez artistas
Cia da Comunicação , Salvador | 16/07/2014 às 14:30
Eustáquio Neves no Arquivo Público
Foto: Cia da Comunicação
A partir de documentos de arquivos, bibliotecas e museus, um grupo com nove artistas brasileiros e uma autora de Cuba criou obras de arte para o Departamento Arquivo e Ficção, Seção Psicologia do Testemunho, que integra a programação da 3ª Bienal da Bahia, evento realizado pela Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (SECULT-BA). O Departamento terá duas aberturas oficiais no Arquivo Público do Estado (Baixa de Quintas). A primeira acontece às 10h do dia 17 de julho (quinta-feira), quando será realizado um piquenique com visita mediada à exposição do grupo de criadores. Em 19 de julho (sábado), o espaço abre excepcionalmente das 9h às 16h, para a inauguração da mostra Arquivo Museu Antropológico Estácio Lima, às 10h, com performance sonora e corporal Conversando a Situ/Acted, dos artistas Maria Magdalena Campos-Pons e Neil Leonard.
 
A mostra que será aberta no dia 17 de julho reúne os artistas Eustáquio Neves (MG), Omar Salomão (RJ), Ícaro Lira (CE), Rodrigo Matheus (SP), Gaio (BA), Paulo Bruscky (PE), José Rufino (PB), Paulo Nazareth (MG), Giselle Beiguelman (SP) e Maria Magdalena Campos-Pons (Cuba).  De março a junho, estes criadores participaram de encontros com arquivistas, bibliotecários, museólogos e estudantes, nas edições do Projeto Campo Gravitacional Arquivo e Ficção.
 
O trabalho dos autores desperta a atenção. O mineiro Eustáquio Neves, por exemplo, já foi procurado por colecionadores interessados em adquirir a sua produção para a Bienal, um Livro de Artista, com o registro do seu processo de criação. O cearense Ícaro Lira aprofundou suas pesquisas em um tema instigante, o cangaço, para o projeto Armas Homicidas de Fabricação Caseira. Ele se inspira em armas, vestimentas, obras e legendas de obras reunidas no Museu Estácio de Lima.   
 
Chave mágica
O estreitamento dos laços entre arquivistas e artistas pode possibilitar o encontro de uma chave mágica, relacionada à ficção, que dê acesso a arquivos, bibliotecas e museus. É o que defende Ana Pato, uma das curadoras chefes da 3ª Bienal da Bahia e curadora do projeto Campo Gravitacional Arquivo Ficção. “Estes espaços têm seu público assíduo, formado por pesquisadores e estudiosos que já sabem o que procurar. A proposta com os debates é atrair os que não sabem o que procurar, mudando o sentido da experiência em arquivos”, detalha.
 
Outra faceta do projeto é relacionada com a forma de se preservar documentos relacionados à produção artística. “Para o arquivista, que se coloca como guardião da memória, um documento é a prova da história, ele é sagrado. Mas neste registro não se pode perder a dimensão de que o artista emociona e toca as pessoas”, considera a curadora. O projeto de discussões busca a fluidez da relação entre a produção da arte contemporânea e profissionais da preservação da memória, incluindo técnicos municipais, estaduais e federais.

Grupos de Trabalho
O projeto Campo Gravitacional Arquivo e Ficção está sendo desenvolvido por três Grupos de Trabalho. O GT de Arquivistas é formado por museólogos e arquivistas e objetiva questionar procedimentos arquivísticos e processos artísticos. No final do processo, o grupo fará uma curadoria para a Parede Galeria, espaço expositivo do Instituto de Ciência da Informação (UFBA).
 
A comissão organizadora deste GT é formada por Ana Pato, Rubens Ribeiro (diretor do Instituto de Ciência da Informação / UFBA), Ruth Marcelino (gerente do Arquivo Histórico Municipal / FGM), Marcelo Cunha (pesquisador e professor de Museologia da UFBA) e Teresa Matos (diretora do Arquivo Público do Estado da Bahia / FPC).
 
O GT Bibliotecas é composto por arquitetos, um dançarino e uma pedagoga e tem como tema os espaços físicos das bibliotecas. O objetivo final do trabalho dos componentes é criar um mobiliário e publicar um manual de uso. O GT Narradores, que tem como membros comunicadores independentes, se propõe a narrar, por meio de mídias independentes, o Campo Gravitacional Arquivo e Ficção. Uma publicação, no modelo Panfleto Sanitário do MAM-Ba, marca o final dos trabalhos
 
Participam do Projeto Campo Gravitacional Arquivo Ficção instituições como o Arquivo Histórico Municipal da Fundação Gregório de Mattos da Prefeitura do Salvador, o Arquivo Público do Estado, as bibliotecas públicas estaduais, administradas pela Fundação Pedro Calmon, o Instituto de Ciência da Informação, o curso de Museologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, o Centro de Memória da Bahia e o Museu Afro-brasileiro – UFBA.
 

SERVIÇO:

Departamento Arquivo e Ficção. Seção Psicologia do Testemunho

Quando: 17 de julho (quinta-feira), às 10h, com piquenique e visita mediada.

Dia 19 de julho (sábado), às 10h, com abertura de exposição Arquivo Museu Antropológico Estácio Lima

Onde: Arquivo Público do estado da Bahia (Ladeira Quintas dos Lázaros, 50, Baixa de Quintas)

Entrada franca