Cultura

JEFFINHO vai dar um tempo no salsichão alemão com chope, OTTO FREITAS

Como primeira medida, já se proibiu - pelo menos até passar o trauma alemão - de consumir um cardápio do qual tanto gosta
Otto Freitas , Salvador | 14/07/2014 às 11:52
Ressaca moral e gastronômica após a goleada de 7x1 contra os germânicos
Foto: WA

Ainda estamos todos com a chave do rabo torta, depois daquele bombardeio germânico em que Seu Sete baixou no terreiro e sentou a pua no escrete canarinho. Ainda bem que foi tudo muito rápido; não houve aquela tortura homeopática que se prolonga até a disputa de pênaltis. Bastaram menos de 20 minutos para que os tetracampeões do mundo revelassem talento, competência, eficiência, elegância e boa educação. 

Agora, restam as lições a aprender, a tristeza pela humilhação e a saudade dos dias alegres que o país viveu durante a Copa do Mundo. Foi quase um mês de festa; o Brasil parou, entre feriados, dias santos, enforcados e pontos facultativos. Bem que poderiam permanecer para sempre, em todos os cantos do mundo, todo aquele afeto, tolerância, paz e amizade entre os povos, como se viu nas ruas.  

O Brasil perdeu a Copa, mas ainda resta um pouco de vergonha, é o que se espera. Há tempo de encontrar e seguir pelos melhores caminhos. Afinal, Neymar só tem 22 anos - e tudo passa, a vida segue, como ele mesmo diz. As novas gerações devem controlar as rédeas do futuro, “mandar os malditos embora”; compreender que o artista da bola também precisa treinar fundamentos em busca da quase perfeição técnica. 

E é sempre bom lembrar: quem corre mais é a bola e os atletas velocistas como o jamaicano Usain Bolt.

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Além de futebol, na festa havia música e comes e bebes todo dia, uma orgia gastronômica sem tamanho. Pior para os gordos, que não conquistaram a Copa, mas ganharam peso, muitos até se transformaram em hexaobesos. É hora, então, de cumprir o velho ciclo vicioso e retomar a dieta. 

Jeffinho, por exemplo, confortavelmente acomodado no seu sofá-arquibancada, enfiou a cara em pratos e copos. Mas assim que a Alemanha fez o quinto gol ele se retou, mandou recolher tudo o que havia de comer e de beber à sua volta e retomou sua dieta imediatamente. Mais uma vez, jurou que será rigorosíssima - quer, pelo menos, voltar a um peso aceitável. Por garantia, não estabeleceu metas em números. 

Como primeira medida, já se proibiu - pelo menos até passar o trauma alemão - de consumir um cardápio do qual tanto gosta: bolos de carne, salsichão de todos os sabores e cores, com mostarda escura, pão preto e chope com colarinho, combinado com doses de steinhager bem gelado.  

Jeffinho está se sentindo tão humilhado que vai se submeter a uma dieta à base de tudo que detesta (rejeição causada por experiências anteriores): só vai comer alface, sopão de legumes, frango, peixe com pele e espinha, biscoito cremecraquer com margarina, blanquê de peru e presunto light, entre outros. 

Essa autoflagelação deve prosseguir até passar o trauma da Copa ou, pelo menos, até a próxima temporada de feriadões, em setembro, quando é tempo de cair de cara no caruru de São Cosme.