Cultura

ALMANDRADE expõe na Casa das Rosas instalação e poemas visuais

Almandrade é artista plástico, poeta e arquiteto. Um pioneiro da arte contemporânea e da poesia visual na Bahia.
Antonio Andrade , Salvador | 15/03/2014 às 16:45
Obra de Almandrade
Foto: ILS
Almandrade expõe seus trabalhos de artes visuais na CASA DAS ROSAS, Av. Paulista, 37 - São Paulo / SP, entre 26 de março a 28 de abril de 2014, de terça a sábado, das 10h às 22h. Domingos e feriados, das 10h às 18h.

Almandrade é artista plástico, poeta e arquiteto. Um pioneiro da arte contemporânea e da poesia visual na Bahia. Participou de importantes mostras nacionais e internacionais como Bienal de São Paulo. Envolvido com a pesquisa de linguagens artísticas desde l972, entre as artes visuais e a literatura. Integrou coletivas de poemas visuais,
multimeios e projetos de instalações no Brasil e exterior. 

Um dos criadores do Grupo de Estudos de Linguagem da Bahia que editou a revista "Semiótica" em 1974. Realizou mais de trinta exposições individuais em Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo entre 1975 e 2013.

LABIRINTO PARA O OLHAR - Elásticos tensos, na cor vermelha, delimitam
espaços ou territórios vazios. Uma instalação com o mínimo de
elementos, apenas pedaços de elásticos, linhas no espaço e uma cadeira
de praia, sem lona, com elástico, também na cor vermelha. A linha que
desprendeu do desenho abandonou a moldura é o elemento que delimita o
espaço.

POEMAS VISUAIS - Reproduções de poemas visuais produzidos
principalmente na década de 1970, a partir das experiências da poesia
concreta e do poema/processo.

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LABIRINTO PARA O OLHAR é uma instalação, uma intervenção na sala de
exposição para pensar a própria natureza da arte, suas implicações,
reduzi-la ao essencial e inventar outras alternativas de uso. Um quase
vazio reflexivo aberto para abrigar a imaginação e as insinuações do
visitante. A linha que desprendeu do desenho abandonou a moldura é uma
peça disposta de forma singular para sensibilizar a percepção do
espectador e estimular uma atitude, seu olhar e seus gestos completam
a obra. "O ato criador não é executado pelo artista sozinho; o público
estabelece o contato entre a obra de arte e o mundo exterior" (Marcel
Duchamp). Aparentemente fria, mas provoca emoções e decisões variadas
conforme o ponto de vista do espectador.



Labirinto para o olhar se relaciona com a construção nova que se dá a
cada passo, a cada ângulo que se observa a disposição dos elementos de
uma instalação. Pensamentos preenchem o estático vazio silencioso,
recortado pela tensão dos elásticos, com tentativas de desvendar seu
significado, de sair deste labirinto que por falta de uma obra
referencial deixa o olhar do observador perdido...



O vazio, tanto como premissa na composição objeto-espaço-observador
quanto pela ausência de elementos, faz parte do labirinto como uma
ausência que carrega uma aura arqueológica e que absolutamente não é
saudosista. Contesta não só a arte, mas sua embalagem, o invólucro
proposto como ideal: o cubo branco, onde o silêncio e o distanciamento
são instituídos.


POEMAS VISUAIS

"O nome do poeta já conota toda uma estratégia poética. Antônio Luiz
M. Andrade, cujas iniciais formam A.L.M.A., daí o compósito
"Almandrade". Mas esse é o país dos "andrades": Mário de Andrade,
Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade... Destaco que
"Almandrade" lembra também o proparoxítono "Sousândrade". Assim temos
uma reunião de nomes de poetas marcados pela irreverência, pela
ousadia e, principalmente, pela radicalidade da invenção.

"Almandrade nos oferece com seus poemas uma "performance da
visualidade" que exige sem dúvida do leitor uma atitude de
"contemplação provocante". A economia de meios se por lado indica uma
poética minimalista, doutra parte é também uma síntese complexa de
elementos, seus poemas são quase como pantáculos, chaves poéticas que
o iniciado deve analisar sob vários ângulos e possibilidades de
estratos: fônicos, semânticos, semióticos, lingüísticos, geométricos,
etc. para poder no âmbito das relações dessas possibilidades ver a
dimensão e o alcance simbólico ali contido." (Prof. Jayro Luna)

Artista plástico e poeta, formado em arquitetura, ele se mostra um
artista versátil dentro de sua proposta. Nos seus 40 anos de carreira
nas artes visuais caminhou pelo desenho, pintura, escultura,
instalações e poesia. Transita entre a bi e a tridimensionalidade,
entre a imagem e a palavra de forma fluida. A metamorfose de uma para
outra às vezes não se completa e mesmo observando duas formas de
expressão distintas elas parecem falar a mesma língua.



Almandrade é artista plástico, poeta e arquiteto. Um pioneiro da arte
contemporânea e da poesia visual na Bahia., participou de importantes
mostras nacionais e internacionais como Bienal de São Paulo. Envolvido
com a pesquisa de linguagens artísticas desde l972, entre as artes
visuais e a literatura. Integrou coletivas de poemas visuais,
multimeios e projetos de instalações no Brasil e exterior. Um dos
criadores do Grupo de Estudos de Linguagem da Bahia que editou a
revista "Semiótica" em 1974. Realizou mais de trinta exposições
individuais em Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo
entre 1975 e 2013.