Cultura

CASA BRANCA CELEBRA 26 ANOS TOMBAMENTO COM SESSÃO ESPECIAL NA CÂMARA

VIDE
| 14/12/2011 às 11:04
Vereadora Olivia Santana, PCdoB, presidirá a solenidade
Foto: DIV

Valorizar as ações que os terreiros de candomblé mantêm em favor da preservação do culto aos orixás , celebrar os 26 anos de tombamento do Ilê Axé Iyá Nassô Oká - um dos mais importantes e antigos centros de atividade religiosa negra - e debater as políticas de valorização dos terreiros de candomblé são os objetivos da sessão especial requerida pela vereadora Olívia Santana. A iniciativa acontece sexta-feira, 16 de dezembro, às 9h, no Plenário Cosme de Farias. 

Olívia é autora do projeto de lei que instituiu o dia 21 de janeiro como o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa. Posteriormente, o projeto de lei serviu de inspiração para o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) criar, através de projeto de lei, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que foi sancionado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), através da Lei 11.635/07.

Popularmente conhecida como "Casa Branca", o terreiro preserva tradições fundamentais para a religião de matriz afro-brasileira e constitui-se em símbolo da resistência cultural dos descendentes de africanos escravizados e de reforço à formação cultural do Brasil. O reconhecimento oficial do Ilê Axé Iyá Nassô Oká, ocorrido em 14 de agosto de 1986, pelo IPHAN, representou um marco na afirmação da cultura negra no país, uma vez que, até o período do tombamento, o estatuto era aplicado apenas a edificações religiosas militares e civis da tradição luso-brasileira.


Para homenagear o centro religioso que promulga a luta do povo-de-santo na construção de espaços de sociabilidade e de interação, foram convidados para compor a mesa Carlos Amorim, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, Lidivaldo Brito, Ordep Serra, antropólogo e professor, Ekedi Sinha, o ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Carlos Alberto Júnior, e Alexandro Reis, representando a Fundação Cultural Palmares, além de representantes dos terreiros de matriz africana.


Sustentada pelos orixás Oxossi e Xangô, a primeira casa de candomblé aberta em Salvador é constituída por aproximadamente 6.800 m². Foi o primeiro templo religioso não católico a ser tombado como patrimônio do Brasil, com inscrição no Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. 

O terreiro também foi homenageado na 3ª Conferência Mundial da Tradição dos Orixás e Culturas, realizada em Nova York. Com edificações, árvores e objetos sagrados, conhecida também como Sociedade São Jorge do Engenho Velho, foi fundada em um engenho de cana de açúcar e, em seguida, transferida para uma roça na Barroquinha.Com o crescimento do culto e, devido a uma migração da população para outras áreas da cidade, Iya Nassô, uma das negras africanas fundadoras do terreiro, arrendou terras do Engenho Velho do Rio Vermelho de Baixo.