Cultura

IPAC CHEGA AOS 45 ANOS DE EXISTÊNCIA E TOMBA PRÉDIO DO IGHB NO CENTRO

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| 09/09/2011 às 19:01
Prédio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia fica na Avenida Sete, Piedade
Foto: ASCOM

   Criada em 1894 e considerada uma das mais importantes instituições que guardam a memória do nosso estado, com acervo de 40 mil livros, documentos e móveis antigos, retratos e pertences de
personalidades baianas, peças do Cortejo 2 de Julho, entre outras relíquias históricas, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) receberá nesta terça-feira, dia 13, às 14h, na sua
sede na Piedade, em Salvador, a Notificação de Abertura de Processo para Tombamento Cultural da Bahia da sua edificação e todo o seu acervo.

A iniciativa é do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia da Secretaria de
Cultura do Estado (Secult), que faz a entrega da notificação na mesma data da sua criação, ocorrida em 13 de setembro de 1967. O evento marca o início das comemorações pelos 45 anos do IPAC cuja programação só terminará em setembro de 2012.


Serão notificados o acervo completo do IGHB e o prédio de autoria do arquiteto italiano Júlio Conti, inaugurado em 2 de julho de 1923. Conti integra o grupo de arquitetos, engenheiros e construtores italianos que atuaram, temporariamente, em Salvador entre as décadas de 1910 e 1920. Ele foi
responsável também pelo projeto de reconstrução do Palácio Rio Branco, iniciada em 1912, pela nova Igreja da Ajuda, construída entre 1912 e 1923, e pela construção do IGHB (1923).


Logo depois da notificação do IPAC, o IGHB fará a abertura da 3ª Exposição e Seminário sobre Urbanização de Salvador: Colônia, Império e República, que acontece até dia 15. O pedido para o
tombamento partiu do próprio IGHB. Segundo registros da época, o prédio foi erguido em 1923 graças ao apoio da população e das esferas governamentais municipais, estaduais e da União, que contribuíram financeiramente. Equipe multidisciplinar do IPAC, formada por historiadores, arquitetos, sociólogos, fotógrafos e outros técnicos, ficará responsável por colher dados que justifiquem a salvaguarda pelo Estado.


Segundo a gerência de Patrimônio Material do IPAC serão verificadas importância histórica e arquitetônica do edifício e relevância dos acervos documentais e imagéticos que compõem o IGBH.
Após a finalização do dossiê de pesquisa, o IPAC o repassa para o Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC), que pode acordar ou não a iniciativa, e sugerir melhorias. Somente então o secretário de Cultura envia ao governador para que decida sobre o tombamento e determine a publicação do decreto no Diário Oficial do Estado.


PRÉDIO - O prédio do IGHB é um dos últimos remanescentes da construção eclética - dominante na arquitetura e nos planos de reurbanização de algumas das grandes cidades brasileiras até o início
do século 20, que valorizava elementos ornamentais de linguagem clássica.

Constituído de subsolo, pavimento térreo, primeiro e segundo pavimentos, encimado por belvedere, que abriga conjunto de colunas jônicas de perfil cônico estriado, alçadas por capitéis simples. No prédio há, ainda, colunas de perfil piramidal e colunas prismáticas, ligadas por arcos, além de escada revestida de mármore de Carrara.


TOMBAMENTOS -

O último censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que cerca de 60
municípios baianos já dispõem de algum mecanismo institucional de proteção a bens culturais. "Prefeituras e câmaras podem criar conselhos municipais e secretarias de cultura, legislação específica para proteger patrimônios culturais, ações como tombamentos e registros de bens, entre outros mecanismos", diz Mendonça.


Pela parte do Estado, já foram tombados até hoje 171 monumentos e imóveis de importância
histórico-arquitetônica para a Bahia. Também foram registradas sete
manifestações populares como bens imateriais da Bahia, como a Festa de Santa
Bárbara, Desfile dos Afoxés, Carnaval de Maragojipe, Cortejo 2 de Julho e Festa
da Boa Morte.


Ao ser registrado ou tombado oficialmente pelos poderes públicos o bem cultural passa a ter prioridade nas linhas de financiamento municipais, estaduais, federais e até internacionais. A
parceria entre Estado e Municípios é fundamental para consolidar o Sistema
Estadual de Cultura.