Na última sexta-feira (16), o Centro Histórico foi palco de uma grande festa
do Hip Hop. A estrela da noite era o DJ norte-americano Afrika Bambaataa, um
dos grandes criadores do movimento que completa 35 anos de existência em
2010. O evento, uma realização do Pelourinho Cultural, programa da
Secretaria de Cultura do Estado da Bahia em parceria com a Favela Music
Productions, levou ao Largo Pedro Archanjo um ótimo público, mesmo com o
clima de chuva que pairava sobre a capital baiana.

As pessoas não paravam de chegar, mesmo após o início das atividades. Antes
do show, Afrika e o MC do grupo baiano Simples Rap'ortagem, Jorge Hilton,
deram uma palestra que refletiu sobre os pilares do Hip Hop nesses 35 anos
de vida. Durante a sua explanação, o DJ falou principalmente sobre o amor
que todos devem ter ao próximo e ao planeta. Um espaço foi aberto para que o
público pudesse realizar perguntas e diversas pessoas se inscreveram para
exporem suas dúvidas ao grande precursor do movimento.

PRÊMIO CULTURA HIP-HOP

Ao final da palestra, foi a vez de João Gonçalves, representante da
Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura,
ter a palavra. Ele anunciou a realização do Prêmio Cultura Hip Hop 2010 -
Edição Preto Ghóez. A iniciativa, realizada pela segunda vez em Salvador, é
o primeiro incentivo do Governo voltado especificamente para o movimento Hip
Hop no Brasil. Através dele, serão distribuídos quase 2 milhões de reais em
prêmios para cinco diferentes categorias. Panfletos explicativos sobre a
premiação e sobre as inscrições foram distribuídos ao público presente.

Após o anúncio, a festa propriamente dita teve início. Apesar de ansioso
pelos shows, o público acompanhou todas as etapas atento e interessado,
afinal o conhecimento é um dos pilares do movimento. Mas quando a música
começou a tocar, chegou a vez de encarnar os outros quatro pilares: paz,
união, amor e principalmente diversão. Primeiro a subir ao palco, o grupo
baiano Simples Rap'ortagem demonstrou toda a sua irreverência cheia de
questionamentos que abordam principalmente uma proposta de valorização da
emancipação feminina. Acompanhados do DJ Bandido, os MCs Jorge Hilton e
Preto Du receberam ainda o rap feminino das Neuróticas e do grupo Munegrale.

Então chegou o momento mais esperado da noite, quando o DJ Afrika Bambaataa
assumiu as pick ups. Nos microfones, o MC norte-americano King Kamonzi e o
MC cabo-verdiano Bing Man finalizavam a formação do som frenético
eletrizante que levou o público à loucura. "O público estava exatamente como
eu gosto", afirmou Afrika. "Animado e disposto". Nas mixagens passeavam
canções como Le Freak, hit disco dos anos 70, Touch de Michael Jackson e a
música I Like to Move It, febre do filme Madagascar. A partir daí ninguém
mais conseguiu ficar parado e a música tocou até entrar pela madrugada.