Símbolos
O espetáculo mostra o lado vivo, pulsante e positivo daquele que é considerado o Continente Mãe da humanidade. Victor Navarro esclarece que a montagem não conta uma história, e não se trata de fazer folclore, mas tem determinadas ações que podem ser o esboço de algo que o público interprete como tal. Situações como um ritual ou símbolos que aparecem, mesmo que isso não seja feito com profundidade. O título é uma homenagem à riqueza da musicalidade africana, com seus ritmos e vozes.
"Talvez para a Bahia não seja original nesse sentido, mas é uma forma particular, muito pessoal, de reverenciar esse arsenal de ritmos e cânticos que dão o astral do continente africano, uma ideia que eu tinha há muitos anos", disse Navarro. "A trilha sonora eu trouxe da Europa.
Quando cheguei ao Brasil, completei a coreografia, inclusive com a colaboração dos próprios bailarinos. O espetáculo é dinâmico e diversificado, ao percorrer lugares recorrentes ao tema como o Sul da Espanha (Andaluzia), culturalmente influenciado pelas tribos vindas do Norte da África, e também o Caribe, na América Central", explicou.
Barroco e rumba
Os quadros são intitulados sugestivamente de Tribo; estranhos animais; a serpente; o Barroco (simboliza a introdução do catolicismo, com música de Bach, cânticos e percussão), a galinha, Saara, Ritual, Caribe (rumba) Canto Sagrado, Hosana (novamente o barroco), O Batuque e África. Temas que podem ser tratados até com certo humor, avisa Navarro.
Esse é um trabalho para toda a companhia, no sentido de conjunto, pensado com o propósito de extrair a dança pura, com nível técnico e de movimentos que expressem a maturidade e o vigor dos 21 bailarinos no palco. "Para mim está sendo um momento muito importante. Há muitos anos não trabalhava com o BTCA, mas creio que a maioria dos bailarinos tinha em mente que eu poderia voltar a trabalhar com eles", disse