"Nos últimos anos, muito tem se falado a respeito das classes C, D e E. Pesquisas têm sido desenvolvidas para conhecer a nova classe média brasileira e apontam uma infinidade de números. Mas, na verdade, se conhece muito pouco o mundo em que essas pessoas vivem. O conhecimento da realidade dos consumidores de menor poder aquisitivo pode gerar bons negócios para as empresas. O sucesso é criar projetos adequados às características dos consumidores locais", afirma Andre Torretta.
Em um de seus 10 capítulos, o livro traz um estudo que revela que 17 multinacionais investiram 10 bilhões de dólares em projetos desenvolvidos em países emergentes da África, Ásia e América Latina - entre eles o Brasil. Porém, 66% das ações para a base da pirâmide fracassaram.
"As ações fracassaram porque tentou-se aplicar os mesmos modelos de negócios, comunicação e pesquisa utilizados com sucesso em países de primeiro mundo e em mercados desenvolvidos. Se as empresas persistirem no erro e ignorarem a realidade da base da pirâmide, continuarão a gastar dinheiro à toa e a perder boas oportunidades de negócios", defende Torretta.
André Torretta conta a história da criação da expressão "base da pirâmide" e do surgimento de quatro bilhões de consumidores em todo o mundo. Aborda o aumento do poder de compra dos brasileiros da base da pirâmide a partir do Plano Real e apresenta cases de negócios e de comunicação desenvolvidos em países como Índia, Nigéria, México e África do Sul.
"André escreve de dentro. Não, ele não vive lá, não veio de lá, não abdicou de seu conforto, mas tampouco tem preconceitos tradicionais, é seu sangue baiano, o sotaque e algo mais, pois outros conterrâneos na mesma profissão ou preferiram palácios ou tiveram mais escolha. Você vai descobrir a riqueza de uma estética que se esconde do outro lado dos insulfilms", afirma Marcelo Melo, editor do livro.
Vale destacar que o livro traz também os resultados de alguns relatórios de observação sobre a Nova Classe Média desenvolvidos por André Torretta em periferias de periferias de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. "O que eu acho bonito", "Lan House" e "Baladas" são os títulos destes relatórios que decifram os hábitos de consumo e de lazer, as preferências, as aspirações, as formas de comunicação e a realidade desta camada da população. "Hoje, a maioria das empresas encontra problemas quando quer atravessar a última fronteira econômica. Por isso, estes relatórios de observação ajudam a derrubar mitos, expõem a falta de conhecimento das empresas sobre o Brasil e revelam diferenças fundamentais que separam o topo e a base da pirâmide".