Após quatro dias de angústia e buscas incessantes por parte da família, amigos, voluntários e autoridades policiais, o caso do desaparecimento do casal Geovanna da Silva Papa, 40 anos, e Mayume Rodrigues Soares, 34 anos, teve um desfecho trágico no início da tarde desta terça-feira, 5 de agosto. Os corpos dos dois foram encontrados sem vida, com evidentes sinais de execução, em meio a uma plantação de eucaliptos, à margem de uma estrada vicinal nas proximidades da Comunidade Araras, em território rural do município de Alcobaça.

O desaparecimento do casal foi percebido pela família na manhã do sábado (02), quando a residência onde viviam, em um sítio na localidade de Canta Galo, também no município de Alcobaça, foi encontrada com indícios claros de invasão: portas abertas, móveis revirados e ausência de sinais dos moradores. A última comunicação da maquiadora Geovanna e do seu marido Mayume com familiares havia ocorrido na noite da sexta-feira (1º), quando avisaram que já estavam em casa, após retornarem de uma viagem. Desde então, não se teve mais notícias.

A caminhonete do casal, uma Toyota Hilux, cor preta, ano 2018, Placa Mercosul QOQ1G64, também desapareceu e, até o momento, não foi localizada. Ainda no sábado, a Polícia Civil foi imediatamente acionada e registrou a ocorrência da comunicação feita pela família, dando início às investigações e às buscas pelas vítimas.

Após mobilização intensa da comunidade local e das forças policiais, os corpos de Geovanna da Silva Papa, 40 anos, e Mayume Rodrigues Soares, 34 anos, foram encontrados por volta do meio-dia desta terça-feira (05/08), em uma área de mata de plantio de eucaliptos, a poucos quilômetros da residência do casal, embora distante pelo acesso terrestre, tendo em vista que existe um vale sobre o Rio Alcobaça que divide as duas regiões. Os cadáveres já estavam em estado inicial de decomposição, o que indica que o crime pode ter ocorrido pouco tempo após o desaparecimento.

Segundo o perito criminal Raul Oliveira, coordenador regional do Departamento de Polícia Técnica (DPT) em Teixeira de Freitas, que esteve no local realizando os trabalhos da perícia criminalística com sua equipe, os corpos apresentavam perfurações por disparos de arma de fogo na cabeça e em outras partes do corpo, evidenciando que ambos foram executados. Dois aparelhos celulares destruídos foram encontrados próximo às vítimas, em meio à vegetação.

“Pelo cenário encontrado, há fortes indícios de que o casal foi levado até o local e executado ali mesmo. Nenhuma cápsula foi localizada na área, o que levanta a hipótese de uso de revólveres, possivelmente calibre 38, ou de dispositivos que retêm os projéteis. Somente os exames de medicina legal do IML, fornecerão mais detalhes sobre a morte do casal”, explicou o perito criminal Raul Oliveira. Agora, a Polícia Civil aguarda os laudos da necropsia, que serão fornecidos pelo Instituto Médico Legal (IML) de Teixeira de Freitas, para obter detalhes mais precisos sobre o tempo das mortes e as minúcias da ação criminosa.

Conforme o delegado-chefe da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil em Teixeira de Freitas, delegado Ricardo Amaral, a polícia judiciária trabalha com várias linhas de investigações, dentre elas a possibilidade de crime de latrocínio (roubo seguido de morte) por causa da característica e trajetória do crime. “Embora a hipótese de execução seja evidente, não se descarta a possibilidade de latrocínio – roubo seguido de morte – uma vez que o veículo do casal desapareceu e a casa foi invadida. A forma como o crime foi cometido indica frieza e planejamento. Estamos analisando todas as pistas e informações fornecidas por testemunhas”, declarou o delegado-coordenador Ricardo Amaral.