Bahia

Professores da Uneb, da área da saúde, paralisam atividades práticas

Movimento reivindica adicionais de insalubridade cortados, sem critério, pelo governo Rui Costa. Paralisação abrange atendimentos clínico e laboratorial à população
Murilo Bereta , Salvador | 29/01/2016 às 09:42
Os professores do Departamento de Ciências da Vida, do Campus I da Uneb (DCV-I), deliberaram pela suspensão imediata, por tempo indeterminado, de todas as atividades práticas insalubres dos cursos da área de saúde, do Campus de Salvador. A paralisação compreende os atendimentos
clínico e laboratorial à população, atividades de extensão à comunidade, pesquisas de laboratórios com animais, com reagentes químicos, entre outras.

A decisão foi tomada em Plenária Departamental realizada na tarde desta quinta-feira (28). Os docentes reivindicam a reimplantação dos adicionais de insalubridade que o governo Rui Costa, por meio da Secretaria de Administração (Saeb), cortou de maneira inesperada e sem critério, de professores e servidores técnicos, em novembro do ano passado. 

Após decidirem pela paralisação, os docentes realizaram uma caminhada de protesto pelo Campus e ocuparam a Reitoria. O objetivo foi pressionar o Reitor José Bites a exigir uma solução ao problema. O Movimento Docente também responsabiliza o administrador central pelo corte dos adicionais de insalubridade. Segundo documento apresentado pelo superintendente de recursos humanos da Saeb, Adriano Tambone, as reitorias das quatro Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) já estavam cientes dos cortes desde o mês de setembro e nada fizeram (leia o anexo).

Na reunião com o Reitor, nesta quinta-feira, foi criada uma comissão de professores, com a participação da ADUNEB, para fiscalizar os trabalhos e pressionar Reitoria, governo e Junta Médica, que analisa os processos de insalubridade para a
reimplantação. A primeira reunião da comissão será na manhã da próxima segunda-feira (01), na Reitoria. No mesmo dia, a partir das 14h, a comunidade do DCV-I fará uma aula pública, como atividade de mobilização, no teatro do Campus I.

Os professores do Movimento Docente consideram a atitude do governo arbitrária e irresponsável, visto que inúmeros profissionais realmente atuam diariamente em situações insalubres e de iminente risco à saúde. Professoras e professores, mães e pais de família, que contavam com o recurso do adicional de insalubridade em seu planejamento
econômico familiar. A ADUNEB afirma ainda que, caso existam irregularidades em alguns processos, os mesmos devem ser analisados e, se comprovado o problema, cortados. Mas, tais situações não podem prejudicar o conjunto dos docentes.

Orientação jurídica

Na luta em defesa da categoria docente, a ADUNEB entrou na justiça com um Mandado de Segurança contra o governo, no mês de novembro, para a reimplantação dos processos de insalubridade. Além dessa ação, a assessoria jurídica do sindicato orienta os professores filiados a comparecerem ao sindicato para a formalização
de ações individuais, que também serão encaminhadas à justiça.