“Na Noide Cerqueira, elas foram sacrificadas mesmo e nem a compensação foi feita”, diz o ex-secretário de Meio Ambiente, Antonio Carlos Coelho
Ascom , Feira de Santana |
28/08/2015 às 12:41
Secretário diz que não houve a contra-partida prometida até hoje
Foto: Reginaldo Tracajá
Opositores do BRT de Feira de Santana vinculados politicamente ao Governo do Estado encontram-se diante de um quadro no mínimo delicado, desde a divulgação, esta semana, do ocorrido na urbanização da avenida Noide Cerqueira. Um blog de Feira teve acesso a documentos, junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que mostram uma retirada de árvores, naquela via, duas vezes maior que a quantidade referente ao BRT na avenida Getúlio Vargas.
Nada menos que 300 árvores, nativas, foram extraídas para que se implantasse a Noide Cerqueira, com um agravante: acordo firmado com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente previa que a compensação seria feita com a doação de 800 mudas para plantio em diversos locais. Mas a doação não foi feita.
Na avenida Getúlio Vargas, as árvores a serem retiradas vão ser transplantadas em locais como o Parque da Lagoa Erivaldo Cerqueira e Parque da Cidade José Monteiro. Mesmo assim, há uma compensação em curso. Mais de duas mil mudas já foram plantadas e esse número chegará a 3 mil até o fim do ano, informa o secretário Roberto Tourinho.
“Na Noide Cerqueira, elas foram sacrificadas mesmo e nem a compensação foi feita”, diz o ex-secretário de Meio Ambiente, Antonio Carlos Coelho.
“Como cobrar da Prefeitura, em relação a avenida Getúlio Vargas, onde algumas árvores estão sendo retiradas mas transplantadas em outro local, quando se sacrificou centenas delas em outra avenida e sequer se cumpriu a compensação?”, indaga Coelho. Em outra obra do Estado, a de um viaduto que ligará a Noide a BR 324 – esta, ainda em andamento – foi necessário retirar mais 140 árvores.