Presente para Serrinha
A Tarde , Feira de Santana |
26/05/2015 às 18:43
Bandidos mais perigosos são transferidos para Serrinha
Foto: Luiz Tito
Dezessete presos apontados pela polícia como sendo os lideres da rebelião no pavilhão 10 do Conjunto Penal de Feira de Santana, que durou mais de 18 horas, foram transferidos no final da manhã desta terça-feira, 26, para o Presídio de Segurança Máxima de Serrinha (a 200 km de Salvador). A transferência ocorreu 24 horas após o final do motim, que resultou na morte de 9 detentos e ferimentos em mais 4. Segundo a polícia, a rebelião foi motivada por uma disputa entre facções rivais.
Os nomes dos presos transferidos não foram divulgados pela direção da unidade, que tem capacidade para abrigar 608 detentos e está com cerca de 1.500. No pavilhão 10, a capacidade é para 152 e abrigava até o último domingo, 340.
De acordo com o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, a polícia conseguiu chegar aos lideres ou cabeças da rebelião através de depoimentos colhidos entre os detentos e familiares, que permaneceram mais de 18 horas como reféns. "Não há registro em nenhuma unidade da Bahia de rebelião em dia de visita e mantendo os próprios familiares como reféns.
Nestor Duarte informou ainda que uma sindicância interna foi instaurada para apurar como as três armas de fogo e algumas facas entraram no pavilhão. "Queremos ter esta informação. Está bem claro que elas entraram de forma criminosa ou negligente, mas estamos apurando também com a polícia civil que instaurou inquérito policial, para que o(s) culpado(s) sejam responsabilizado(s)", afirmou.
Embora frise que a revista da unidade seja minuciosa e cuidadosa, inclusive com a utilização de detector de metais, o secretário informou que está sendo feita uma pesquisa de preços para a compra de scaners humanos e de tornozeleiras eletrônicas, cujo processo licitatório deve acontecer no segundo semestre deste ano. "Outro detalhe é a inauguração da outra etapa do presídio, que espero estar entregando na primeira quinzena de junho, ampliando o número de vagas em mais 608. Assim conseguiremos acabar com a superlotação nos pavilhões", garantiu.
Na manhã desta terça, a movimentação em frente à unidade era intensa com familiares e advogados querendo notícias dos presos, principalmente os que estavam no pavilhão 10. "Queremos saber quem vai ser transferido e se terá visita ou não. Eles (a direção) não informam nada e ficamos apreensivos. Um agente disse que fôssemos para casa ficar embaixo do cobertor, no lugar de estar aqui procurando saber notícias de quem não presta. Eles são seres humanos", contou um familiar.
Uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do estado e local, esteve na unidade nesta terça para acompanhar as apurações da rebelião. "Estamos aqui para esclarecer vários pontos, um deles é como é que estas armas entraram no pavilhão e o porquê de facções rivais estarem no mesmo local. Isto a direção da unidade terá que nos responder", destacou o presidente da comissão de vistoria penitenciária da OAB da Bahia, Marcos Melo.