O grande repórter Alberto Miranda era o maior algoz do Chefe de Reportagem Eliezer Varjão em A Tarde.
Quando da segunda visita a Salvador do Papa João Paulo II, em 1991, A Tarde publicou um caderno especial sobre a presença do pontífice na cidade, visitando Santa Dulce e as porras. E criou um expediente próprio, colocando o nome da equipe responsável pela edição, inclusive ele próprio, Varjão, como “coordenador-chefe”.
No dia seguinte, por volta das 18h, redação apinhada na Tancredo Neves, Damião, o nosso eterno velho-boy, põe a mão no bocal do telefone e grita do fundo da sala:
- Seo Varjão, telefone. Disseram que é de uma tal Nunciatura, em Brasília.
Varjão pega o telefone e ouve:
- Varjón, aqui é Joanes Poulo Segundo. Estou legando pra lhe agradecher pela cobertura que vochê deu à noxa visita. O cadernho fiquou divina...
Varjão ficou pistola, bateu o telefone e gritou pro fundo da Redação:
- Miranda, seu fdp, estou cheio de trabalho e você vem com suas gracinhas. Vá pra porra...
Segue agora, Varjão, pra encontrar João Paulo II no céu e ouvir do sumo, mais uma vez, agora em viva-voz, “obrigado, Varjón”.