O REPENSAR DA VIDA NOS FINAIS DE CADA ANO, POR WALMIR ROSÁRIO

Walmir Rosário
28/12/2025 às 12:47
    Logo no início de dezembro nosso cérebro vai se enchendo de mensagens por conta das festas natalinas. Parte menor dessa comunicação deve ser aproveitada, pois atinge, em cheio, nossa alma, tocando a mente e o coração. A grande maioria nem tanto, pela falta de essência – tipo palavras ao vento –, que entra por um ouvido e sai pelo outro.

De qualquer maneira considero positivo, dado o tom e a essência desses informes, que nos incute mensagens positivas de bem estar e amor ao próximo em quantidade muita acima do que recebemos durante o ano inteiro. Acredito eu – e só serve tão somente pra mim, como diz meu amigo José Nazal – que essa fartura de informações nos obriga a pensar, fazer uma profunda reflexão.

E geralmente iniciamos pelos projetos que pensamos para o ano que se finda, veremos o que aproveitamos de verdade, se seguimos à risca, ou os que abandonamos ao longo dos meses, seja por falta de desfrute ou
impossibilidade de execução. A cabeça roda (no sentido figurado) para lembrarmos se fizemos o bem como previsto no final do ano passado.

E essas reflexões atingem o ponto máximo quando buscamos saber se somos felizes. Embora confesse que até hoje não conheço a fundo os fatores necessários para efetuar tal mensuração, me ponho a pensar se
não pisei na bola mais do que deveria. Tarefa difícil, mas necessária para colocar os pensamentos em dia, pois depende de uma análise isenta sobre si mesmo.

E aí é que está a importância do autoconhecimento, tão buscado por nossos filósofos, principalmente de Sócrates pra cá. Decifrar o “só sei que nada sei” requer mais do que muitos estudos e é primordial sermos
honestos com nós mesmos, humildes o suficiente para realizarmos uma investigação séria, isenta, verdadeira, como merece.

Deveremos nos despir de todas as vaidades e arrogâncias que gravitam no nosso interior e exterior. Não é uma tarefa fácil, mas necessária se nosso projeto for chegar à satisfação interior, o “ser” e não apenas o “ter”, reconhecendo que este último não deve ser desprezado, mas conseguido de maneira honesta, na qual um negócio só pode ser considerado bom quando vantajoso para as duas partes.

Tenho plena consciência das mudanças do mundo, que a cada dia nos apresenta mudanças, nem sempre para o bem. E teremos que ter a capacidade de nos adaptar aos chamados novos tempos, sempre
preservando a nossa dignidade. O incrível é que, com todo o conhecimento à disposição, o homem se embrutece a passos largos e cria novos e mais complicados conflitos.

É preciso parar com frequência para refletir nossa vida e o que nos rodeia, para que possamos julgar nossa vida, analisando atos e fatos e promovendo as mudanças necessárias ao nosso interior. Com isso, é bem
possível que possamos viver em paz com nós mesmos e com os que nos rodeiam, para tornarmos o mundo melhor.

Não espere apenas por Papai Noel, pois assim, a cada final de ano poderemos contribuir para construir uma sociedade melhor.