Zé Neto
04/11/2014 às 09:22
Neste momento nos cabe refletir não só a nossa vitória mas, fundamentalmente, sobre o que ela representa para o nosso país. Qual é a sua importância internamente, e qual a sua importância internacionalmente? Essa importante vitória da presidente Dilma Rousseff não passa apenas pelos interesses do Brasil e do povo brasileiro, é um mundo que se organiza do ponto de vista geopolítico e geoeconômico.
A vitória do PT nessas eleições, sem nenhuma dúvida, dá segmento a uma política que estabelece novas fronteiras econômicas, novos diálogos, novos blocos, novos condicionamentos para o mundo moderno e globalizado. E este mundo carece, neste instante, de ter nações mais independentes, mais altivas e que possam se organizar de tal forma que garantam melhores condições de vida para seus povos.
O banco que nós criamos com os Brics e as novas fronteira que recentemente se abriu com a China, com a Índia, com a Rússia, são novas realidades que compõem um panorama e que não vão isolar o Brasil do mundo. Continuaremos a dialogar com a Europa, Ásia e com os americanos, e fortalecer a posição da América Latina, do Brasil, e dos povos mais pobres.
Do ponto de vista interno, a vitória nos deixa também reflexões acerca do que aconteceu no panorama deste país. Em quinze estados vence o PT; em doze vence a oposição. Dentre esses doze estados, São Paulo traz uma vitória esmagadora do 45, com mais de seis milhões de votos a frente. Tiramos a diferença no Norte, Nordeste, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e isso demonstra claramente como as hegemonias há muito tempo já vêm acabando regionalmente.
O Nordeste e o Norte, mais uma vez, mandam a mensagem para que nós, classe política, entendamos o quanto essas duas regiões têm se esforçado para crescer e receber de braços abertos as políticas sociais. Também recebemos o recado do enfrentamento à corrupção. Lembrando que a corrupção não nasceu com este governo, vem de décadas, e acirra-se não só no Brasil.
Em todo o mundo percebemos que não é diferente, na Itália, nos EUA e em outras nações, nem mesmo no Vaticano é diferente, o glorioso Papa Francisco tem enfrentado isso também. Mas é uma mensagem que está dada à presidenta Dilma. A população quer mais respostas.
No governo dos presidentes Lula e Dilma iniciamos essa caminhada de fortalecimento da Polícia Federal e das instituições, os repasses para o Poder Judiciário, as interlocuções com a sociedade, a transparência nas contas e em todas as relações de governo. O que fica agora é a grandeza para entendermos todas essas mensagens.
Finalizo lembrando: aos vitoriosos, humildade e sabedoria para entender os recados das urnas e a ampliação das responsabilidades. Aos derrotados, que o ódio não seja a força motriz das relações. Espero que nos próximos dias e nos próximos quatro anos prevaleça sempre o caminho do entendimento, do diálogo e que o palanque fique bem localizado no processo eleitoral para que as instituições no Brasil possam ser mais fortalecidas. Vamos em frente!