Antes mesmo que o arcebispo primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, fizesse sua pregação sobre a Campanha da Fraternidade falando sobre a inclusão dos jovens na missão religiosa da igreja católica romana, os "Dendês no Sangue" - aquelas personagens estrangeiras que só amam Salvador durante o Carnaval - já haviam usado seus jatinhos e aviões de carreira, e se mandaram para o Rio e São paulo.
Hoje, ganha um Colibri de Ouro (nosso sómbolo do site), digo ouro 18k de Carlinhos Rodeio, se algum jornalista encontrar um desses "Dendês" na cidade do Salvador, salvo no aeroporto ou nalgum lugar chique do Litoral Norte, de preferência em Praia do Forte, Mata de São João, ou em Comandatuba, Ilhéus.
Aquelas juras de amor que vocês assistiram pela tv durante o Carnaval são coisas do passado, da memória carnavalesca, e só serão repetidas em 2014, com as graças dos bobocas baianos.
A partir de agora, o espetáculo dos "Dendês" ficará reservado às exposições fotográficas em shoppings, a lobyies em colunas sociais pelo Brasil à fora, e nas revistas de fofocas da society emplumada.
Como vocês sabem, os "Dendês" não vivem sem essas flhashs, sem essas exaltações. E, nada melhor do que o Carnaval de Salvador, um espelho fantástico para essas gabolices.
Com a cidade voltando ao normal ficamos nós, no nosso dia-a-dia, enfrentando os enormes engarrafamentos no trânsito especialmente a partir da segunda feira, 18, retorno às aulas, quando, provavelmente chegará à Câmara de Vereadores o PL da reforma tributária municipal que, ao que tudo indica, vai mexer no bolso da classe média, já abatida com compromissos e dívidas.
Claro, os "Dendês" não se preocupam com esse tipo de situação porque não moram acá, encheram os bolsos no Carnaval, e um imposto a mais; um imposto a menos, eles tiram de letra. Sorry periferia! Quem paga impostos mesmo são a classe média e os pobres. "Dendês", no máximo, manda creditar em contas da dívida ativa.
Logo mais, nosotros, enfrentaremos também a temporada das chuvas de abril/maio, primeiro teste para a equipe do novo prefeito, e vamos ver se algum "Dendê" aparece para se solidarizar com a cidade verão, se algum "Dendê" vai dar algum donativo e assim por diante.
O que se sabe, na vera, é de que os "Dendês" só retornarão à capital baiana em 2014, com novas juras de amor à cidade e sua gente, em especial às mães de santo e aos babalorixás, porque eles adoram esse tipo de charme, de enviar um balaio de perfumes para Oxum e dizer que é de Yemanjá, que é Oxóssi o dono de sua cabeça; com renovadas promessas de que vão investir na cidade, trazer mais empresários para a terra de Tomé, e esse ciclo de repete a cada ano, sem que esses investimentos e as juras do cupido se concretizem.
Como a Provincia da Bahia aceita isso de bom coração, sem contestações, sem cobranças, sem contrapartidas, estenderão tapetes vermelhos para esses e essas empreendedoras do além.