VALSA COM BASHIR, IMPORT-EXPORT E BUDAPESTE

Diogo Barreto Berni
19/06/2009 às 10:01
Foto: Obvius
Valsa para Bashir é um desenho que retrata a guerra do Líbano
 Valsa com Bashir é um desenho fenomenal que retrata a guerra do Líbano por questões meio religiosas e meio terroristas, devido a própria interpretação de determinada religião, no caso mais uma vez o Islamismo, com atos terroristas que acabaram com o assassinato do presidente Bashir no Líbano, e os israelenses invadindo o país para restabelecer a ordem perdida.

  O protagonista da estória é um soldado que perde a memória sobre as cenas e fatos da guerra, e a animação vai traçando a película de uma forma fascinante, não sei como o filme não ganhou o Oscar desse ano de melhor filme estrangeiro, coisa de americano mesmo.

  Import Export estabelece ou tentar estabelecer um elo entre a chamada Europa pos comunistas, ou seja, dos países antes comunistas como Eslováquia, Ucrânia e os países pré capitalistas com uma situação financeira um pouco menos pior, que é o caso da Áustria.

  O filme retrata literalmente a forma fria como esse tipo de "peregrinação" que os povos daqueles países os fazem para melhorar de vida economicamente migrando a países mais ricos.

  O mais enfático do filme é a frieza e a dureza das relações das pessoas com estrangeiros, por isso nunca reclame que um estado do sul ou sudeste do nosso amado Brasil não foi com sua cara, com essa película terás a real sensação do que não é ir um com a cara do outro, frieza e dureza total, mas muito bom filme, mostra também os valores humanos da sua degradação e da sua humanização em determinadas situações. O final deixa aquele ar de você pensar no que entendeu do filme, filme pra pensar mesmo.
 
  O curioso é que depois do filme, umas dezda noite em um cinema mais ou menos escondido apareceu um rastafári pra me pedir um dinheirinho, dizendo que estava olhando meu carro. Ofereci a ela dez centavos, o único dindin que tinha e ele o jogou em meu colo reclamando e eu prontamente fechando o vidro, vendo ele fazendo gestos do tipo: "que sacanagem , só dez centavos". E eu respondendo: "É a vida, não pedi pra guardar meu carro..."

  Budapeste é um dos filmes que é um prato cheio pra quem curte escrever, pois trata da estória de ghost-writer que vive muito bem de grana, de mulher, mais não de fama, fazendo com que em determinada parte do filme ele se revolta por sua impopularidade, joga tudo pro alto e vai a Romênia estudar a única língua que o diabo respeita, segundo as más línguas...
 
  Saí do cinema com um ar de quero mais, me segurou do inicio ao fim da cadeira sem me mexer pra se quer coçar a cabeça. Um filme que não dava nada protocolei até o fim pra não assisti-lo, mas acabei indo por falta do que fazer, e foi uma gratíssima surpresa. A mensagem do filme é superação: superação do cara em aprender húngaro, de não querer ser famoso, enfim de viver nas profundezas, de às vezes, boêmia, e respeitar os valores do anonimato, até que no fim ele se rebela e lança seu próprio filme, contei o final NE?
 
  Mas vale assisti-lo mesmo assim melhor do que assistir novela mesmo sabendo do final... A Partida, (The Departures) um extraordinário filme, nos remete ao tema da morte de uma forma tão suave, que parece que nem estamos falando dela.

  Mostra também a juventude japonesa com sua cultura milenar em seu modo de agir e pensar mostra os seus relacionamentos. Mas o mais legal do filme pra mim foi à forma como o protagonista da película, um ex-violonocelista, se deu de corpo e alma ao novo trampo que arrumou: limpador de defuntos (deve ser uma coisa da cultura japonesa, limpar o morto antes de botar no caixão), aqui deve limpar os mortos também, não sei, nunca vi, mas lá a "limpação" é toda cheia de "queri-queri" com pano quente, essência é o caralho, cheio de frescura mesmo...

  Esse filme tem mais a cara dos americanos, e por isso ganhou a estatueta de melhor estrangeiro desse ano, deixando a Valsa com Bashir em segundo lugar. O final do filme nos deixa a mensagem de pensarmos na morte, ou melhor, passa a mensagem de a respeitarmos mais, de ver esse ato de passagem com mais consideração. Bons filmes esses assistidos que venham outros, que vicio bom!

  Ah, esqueci do Exterminador do futuro, a salvação, recorde nas bilheterias norte-americanas, dentre os quais citado anteriormente foi o pior, mas sem deixar de ter seu lado bom também, como por exemplo, mostra a idéia de que seremos sempre melhores que as máquinas, assim Deus queira e os cientistas também