Fui convidado pelo professor Ubiratan Castro
A assumir a coordenação da área do livro, leitura e literatura
Da Fundação Pedro Calmon
Como lutei toda a minha vida junto com
O povo para a mudança da
forma de governo na Bahia,
até então há décadas sob o tacão da bota carlista
ao conseguirmos a vitória
me senti responsabilizado a contribuir com esse processo de mudança
jamais pensei em pleitear um cargo no governo do estado
confesso que fui chamado várias vezes pelo carlismo
mas nunca aceitei
(afinal bem sei que o dinheiro não é tudo, se o fizesse estaria rico como todos os que fizeram isso e estão aí hoje tirando a maior onda de primadonas)
sempre sobrevivi a duras penas de forma independente
quando resolvi ingressar no serviço público o fiz através de concurso
na cidade de Camaçari
onde trabalhava até então
como professor de teatro na Casa da Criança e do Adolescente
Diante do inusitado convite do professor Bira
Aceitei de pronto
Apenas e tão somente por ser o governo
Que eu ajudei a eleger
Aceitei pensando que seria bem simples
Mas não foi bem assim
A literatura, livro e leitura estavam na Fundação Cultural do Estado
Mas resolveram mudá-la para a Fundação Pedro Calmon
Que trabalha com bibliotecas, arquivos e memória
Tudo a ver com livros, leitura e literatura
Mas quando fui apresentado ao público como o novo coordenador de literatura
No auditório da Facom
Uma emérita doutora mestra professora Eneida Leal Cunha
Manifestou-se contrária à mudança
E à minha nomeação para o setor
Acontece que a doutora Eneida é muito amiga da diretora geral
Do fundação cultural, dona Gisele Nussbaumer
Que também não gostou muito da idéia de perder seus cargos
E orçamento para a Fundação Pedro Calmon
E muito menos a minha nomeação
Aí a guerra foi declarada
E desde então a diretora geral da fundação cultural
Fez de tudo para atrapalhar a gestão do setor de livro leitura e literatura
Formado por seus funcionários à serviço da FPC
E essa confusão perdura até hoje
Como fui nomeado para coordenar essa bagunça
E não era "doutor" ou coisa que o valha
Mas um valoroso e indomável "poeta na praça"
Começou a temporada de caça ao "poeta na praça"
Pensei que a coisa era restrita à dona Gisele e sua amiga
Mas logo depois vim a saber
Que o próprio secretário estava zangado
Porque a minha nomeação não passara pelo crivo dele
A partir daí começou uma série de acontecimentos
Para desestabilizar a minha gestão desse caos administrativo
Rolou de tudo: assédio moral (posso provar), humilhações (idem)
Agressões verbais, desrespeito público, enfim, perseguição total e constante,
Uma falhazinha virava um pandemônio,
O dedo acusador bradava: "foi ele, foi ele, foi ele, incompetente, inexperiente, e não é doutor!"
Como se eu fosse diferente da maioria que chegava
Inclusive o governador
Em sua primeira experiência de gestão executiva de um estado
O próprio diretor geral me relatou toda a pressão que sofria
Para que fosse processado o meu afastamento imediato
Mas ele leal, digno, corajoso, imenso,
Lutou o quanto pode para manter-me na função
Para a qual me convidara
E sou imensamente grato e sensibilizado
Pelo seu gesto humano e solidário
Para tirar-me da linha de frente
E me poupar dos constantes ataques
Afastou-me da coordenação
Colocou a Lúcia Carneiro
Que era a gerente
E me passou o cargo dela
Uma manobra
Na tentativa de amainar o apetite do secretário Márcio Meirelles
E da dona Gisele
Não adiantou nada
Aliás, piorou
Porque o secretário no alto de sua vaidade, orgulho, arrogância,
Mandonismo, intolerância, violência, estupidez e mesquinharia
partiu para a tática da humilhação total
Como forma de me obrigar a pedir demissão
Jamais alguém agüentaria o que suportei
Nas masmorras da Secult
Fui jogado embaixo do tapete como lixo
Como dejeto sem valor algum
O secretário organizou a segunda conferência
Mandou vários funcionários da FPC para os municípios
Eu que "ostentava" o cargo de "gerente de literatura"
Fui exilado no próprio cargo
E não participei de uma reunião sequer
Nada
Passei a não existir dentro da Secult
E a sofrer todo tipo de humilhação
A minha exclusão da conferência de cultura
Foi mais uma humilhação
Todos os projetos que criei a pedido da direção geral
Foram proibidos pelo secretário
Todas as contribuições que dei foram descartadas pelo secretário
Não quero ser melhor ou pior que o secretário
Nada contra ser exonerado, normal, já sabia que isso poderia acontecer
Mais cedo ou mais tarde
Só questiono a FORMA como isso se processou
Que julgo de cunho nazi-fascista
Mas é só o meu julgamento
A partir de tudo o que sofri nas masmorras da Secult
E tenho inúmeras testemunhas de tudo o que relato
Quero apenas narrar o que se passou comigo nas masmorras da secult
Para que conheçam melhor o caráter do secretário Márcio Meirelles
Pelo menos na sua relação comigo
E com a FPC
Não se trata de certo ou errado
Mas de fatos
A história também julgará
Eu estava diante de um dilema
Não podia pedir demissão
Estava com graves problemas de saúde na família
E precisava encontrar forças para resistir aos ataques do secretário
E de todos os que se juntaram a ele
Antigos e novos desafetos da mesma estatura
Detratores de "disse-me-disse"
Pústulas contumazes
Viciados na mesma covardia
Mais recentemente foi o parecer do Limeira
José Carlos Limeira
O capitão do mato de Márcio Meirelles
E seu odioso parecer contrário ao projeto de Festival apresentado pelos Poetas na Praça
Um absurdo que contou com o aval do secretário.
A humilhação foi extensiva a todos da coordenação do festival
Chamada por Limeira de "um bando de incompetentes"
À promotora do festival, A FENACAB, chamada de "ilegítima" pelo José Carlos Limeira
Aos convidados locais chamados por Limeira de "pretensos escritores"
Aos que construíram e apoiaram o projeto classificado por Limeira como um monte de "disparates".
Depois de tudo isso,
Depois de anos de trabalho ser inviabilizado dessa forma ultrajante
Logo a seguir veio a declaração do secretário de fazer um evento de igual teor
Na mesma data passando por cima do projeto jogado na lata de lixo
Por um parecer venal, covarde e abjeto
Por fim o doutor Ubiratan fica doente
Eu acuso o secretário como o responsável principal
Pela sua doença
Ninguém agüentaria o que ele sofreu (e sofre) nas mãos
De Márcio Meirelles e Gisele Nussbaumer
Os fatos estão aí ao alcance de qualquer pessoa
O secretário tem inveja do diretor geral da FPC
Inveja a sua pessoa humana, a sua inteligência, sua sabedoria, sua simplicidade, sua bondade e seu carisma
Sabe que está num plano bem inferior ao professor em tudo
Como covarde que é
Márcio Meirelles aproveitou a doença do professor
E resolveu pedir a minha exoneração conluiado com Gisele Nussbaumer
Persegui, persegui, até que consegui
Não foi para isso que elegemos Jaques Wagner governador da Bahia
Para perseguir e excluir os que pensam diferente
O governador fala nisso o tempo todo
Acabou a era da perseguição ao diferente
Ao oposto
O governador inicia uma nova era na política baiana
De conviver em paz com as diferenças
Que vem do Presidente Lula
Mestre em se relacionar com os oponentes
Mas aqui temos um exemplo de perseguição a um poeta
Que nada fez contra o senhor secretário Márcio Meirelles
A não ser o fato de ser o único petista na Fundação Pedro Calmon
E que não foi nomeado por indicação do partido
Mas por reconhecimento ao seu potencial de trabalho
Ao seu talento e à sua experiência de mais de
Trinta anos de trabalho na cultura, notadamente no campo do livro, da leitura e da literatura como poeta, escritor, ator, editor, vendedor de livros, educador, contador de histórias, consultor literário, dramaturgo, professor, criador, coordenador e executor de vários projetos nessa área, na Bahia e fora dela
E por ter sido um lutador incansável
Contra as forças reacionárias
A quem Márcio Meirelles serviu lealmente
Não, senhoras e senhoras, Márcio nunca lutou para eleger Jaques Wagner
Sempre esteve ao lado da ditadura militar e da ditadura civil do carlismo
Sempre tirou onda de talento graças às benesses que recebeu em troca de apoio
Conheci Márcio Meirelles em 1978 na Escola de Teatro onde fui fazer o curso de Formação de Ator
E desde aquele momento sua postura é a mesma: arrogante, ditadora, mandona, intolerante, violenta, racista, o que lhe valeu um murro de um companheiro na época.
Na verdade ninguém tolera Márcio Meirelles
Nem mesmo seus parceiros de puxa-saquismo
Como Aninha Franco, Fernando Guerreiro, Luiz Marfuz, Deolindo Checuchi, etc, etc
Todos alinhados e bem alinhados com o carlismo e a ditadura
Nem mesmo o monte de carlistas de carteirinha que hoje estão na secult
Como carcereiros de Márcio Meirelles
Nenhum gosta dele verdadeiramente
Porque o conhecem melhor que ninguém
Durante esse tempo na secretaria
Inventou uma monopolítica pública de editais
Para continuar excluindo a maioria
Vejam como é perversa essa política: mais de duas mil pessoas inscreveram projetos nos editais, mas apenas menos de quinze por cento foram aprovados. E a maioria? O que vai fazer? Os editais são anuais. Vão para onde? Para o crime? Para as drogas? Para a prostituição?
Mesmo assim tem dezenas de projetos vencedores que não foram pagos mesmo tendo passado um ano. Quando?
Nada fez para o livro, a leitura e a literatura. Absolutamente nada.
No jornal "Cultura em Movimento" onde apresenta os "feitos" da secult, a Fundação Pedro Calmon não aparece nem em uma palavra, como se biblioteca, arquivo, memória, leitura, livro, literatura não tivessem importância nenhuma. Todas as três vinculadas estão contempladas, menos a FPC
Mais uma prova da perseguição do secretário
Então, o secretário não fez nada com relação ao livro, leitura e literatura, e o que fez, fez errado, na contramão da vontade do povo.
O mesmo com relação à cultura de um modo geral
Botou quinze doutores e mestres no Conselho de Cultura
E apenas três representantes legítimos dos setores excluídos
Cujas demandas deveriam ser o principal objetivo das políticas da Secult
No setor do livro, leitura e literatura impediu a continuação das Caravanas de Leitura com o argumento absurdo que estavam fazendo oficinas de leitura em dança, teatro, música, artes-plásticas e isso é "monopólio" da dona Gisele da Funceb. Eu mesmo recebi um violento email do secretário "gritando" a proibição do uso dessas linguagens.
Com a proibição mudou-se o nome para Jornadas de Literatura com oficinas apenas de criação literária na tentativa de se fazer algo mesmo indo contra a vontade do secretário. E essas jornadas também foram proibidas, mas por insistência da direção geral um novo projeto foi criado e por mim nomeado de "Terra de Leitores". Estava iniciando uma parceria com a Uneb para levá-lo aos seus campi em todo o estado quando me foi comunicada a exoneração, segundo o que me foi informado por Vera Sales, chefe de gabinete da FPC, porque eu não trabalhava (o fazia, e bem, mesmo contra a vontade do secretário), porque o cargo era de Gisele, e porque o secretário não queria mais a minha presença na Secult. Bom, assim ganhei minha carta de alforria e escapei da masmorra onde estava trancafiado (autotrancafiado) por força dos desmandos e da arrogância do secretário Márcio Meirelles.
Além dessas coisas o que mesmo ele fez mais na Secult?
Resolveu colocar em prática o processo de descentralização
Em cima de um projeto já existente chamado "territórios de identidade"
Fizeram um fórum de dirigentes municipais
Menos da metade dos municípios compareceu
Ninguém gosta de Márcio Meirelles
E sua empáfia
Sua fala dissimulada, sem alma, acovardada
Fora Márcio Meirelles!
Um novo secretário de Cultura urgente!!!
De preferência um secretário negro.
Que não seja racista como Márcio Meirelles
Que não gosta de quem é negro e inteligente, sábio, belo e bom caráter
FORA MÀRCIO MEIRELLES!!!
FORA JOSÉ CARLOS LIMEIRA, o capitão do mato de Márcio Meirelles.
FORA COM A MONOPOLÍTICA EXCLUDENTE DE EDITAIS!
Como Bira não gosta dessa política
Márcio só não o demite porque sua covardia não deixa
E o professor está doente por causa dele, da perseguição dele, da vaidade dele
Do ódio dele para com o professor
Quero deixar bem claro uma coisa
O professor Ubiratan Castro não me passou procuração para dizer tudo isso
Com certeza não gostaria que eu o fizesse
Ele mesmo sabe se defender, não precisa de mim para isso e nem para nada
Mas às vezes temos que contrariar a quem amamos
Quando o que estamos vivenciando
Excede o limite da nossa sensibilidade
Obrigado,
Geraldo Maia Santos (Geraldo Maia)
Poeta