Representação de casal de idosos dançando bolero |
Semana passada, um garoto netinho que estuda no Colégio Antonio Vieira confessava a colegas no recreio, que seu vovô está de AIDS. Menino aí por seus 12 anos de idade, ainda sem conhecer em detalhes o que representa os perigos de tal doença, mas, com algumas informações televisivas na cabeça, completou a informação dizendo que seu vovô estava abatido e soubera da notícia, na coxia da casa, por conversa da vovó com a mamãe.
O vovô do dito garoto tem apenas 60 anos de idade e integra um grupo de meia idade que, na contramão da tendência mundial, a epidemia de AIDS atinge homens mais velhos. No boletim epidemiológico da doença apresentado em Brasília, recentemente, em 1996, a cada 100 mil homens com idade entre 50 e 59 anos, 18.2 tinham o diagnóstico da doença. A proporção passou para 29.8, em 2005. E, entre 1995 e 2005, os casos saltaram 134% - de 824 para 1.930.
Além da resistência ao uso do preservativo por pessoas dessa faixa etária, o aumento também se daria pela manutenção ou retomada da vida sexual com a chegada no mercado de medicamentos para impotência. O Relatório do Programa das Nações Unidas para a AIDS é ainda mais assustador: 39.5 milhões vivem com o vírus, sendo que 63% dos casos estão registrados na África Subsaariana. Os mortos, em 2006, atingiram 2.9 milhões de pessoas.
Vamos decodificar esses números tomando como base a Bahia, com seus quase hões de habitantes, sendo 2.8 milhões em Salvador. Isso significa dizer que existem, no mundo as populações de três estados da Bahia infectados, e morreu, em 2006, o equivalente à população total de Salvador.
Daí que, a preocupação do netinho com seu vovô que contraiu o vírus da AIDS ser pertinente e preocupante, pois, certamente o dito cujo, acostumado na juventude a freqüentar o Melancia ou a Casa de Maria da Vovó sem se utilizar de camisinhas, transando com prostitutas e, no máximo, contraindo um sífilis ou um cancro mole, curados com penicilina, deveria estar praticando seus devaneios sem a vestimenta sintética.
É vero que, após o uso de novas tecnologias - Viagra, Ciales, Levitra e outros - o cidadão depois dos 60 anos de idade, já com algum tempo de uso da ferramenta quase dobrando o Cabo da Esperança, precisando de um óleo de linhaça, ganhou nova vida, se tornou mais viril e aí sai de baixo porque aquela história de recordar é viver não existe, foi riscada do seu musical. Além do que, quando se há uma reanimação das partes ocultas, as externas são melhoradas substancialmente com botox, luzes nos cabelos, unhas bem cuidadas em Pierre e assim por diante.
Tenho um amigo que fez uma recauchutagem geral. Sabe carro velho quando entra em oficina de categoria e depois toma banho de xampu, troca os pneus e o estofamento, instala-se som digital e perfuma-se seu interior com cheirinho do Iguatemi! Assim está o meu querido compadre. E, o que é mais importante, usando a tecnologia para dar vida ao sexo interior, capaz de dar uma, duas e até três a depender do tempo e efeito do medicamente, o qual, todos nós sabemos que não falha.
Ciales então é uma benção. Não deixa o sujeito com os olhos esbugalhados e vermelhos e tem efeito duradouro de pelo menos 72 horas. Se o camarada usar "fora de casa" tem que ter todo cuidado porque, de repente, a madame pode desconfiar daquela virilidade não habitual, levantando lençol durante as madrugadas. Os estudos norte-americanos (só podia ser deste país que tem pesquisa pra tudo) apontam que, esta tecnologia (prefiro chamá-la assim) está deixando o sujeito surdo e cego, momentaneamente.
Se esses forem os problemas colaterais mais agudos, que assim sejam. Surdo a maioria das pessoas acima dos 60, 70 anos de idade, já o são por natureza e desgaste natural das células. Cego momentâneo também não é nada assustador, porque quando o sujeito tá a fim de usar a tecnologia de forma intensiva visando alguém, a cegueira também é natural: feia fica bonita; gorda fica magra; baixinha se torna alta; e assim por diante.
Tocando o bonde pra Lapinha com os vovôs da AIDS vamos usar a tecnologia comprando aparelhos pra surdos e óculos escuros. Agora, nada de bobeira, sem a camisinha. Salvo, evidente, com o parceiro ou a parceira habitual.