Antonio Jorge Moura
21/11/2008 às 14:21
A eleição do Democrata Barack Obama para Presidência dos Estados Unidos foi muito mais do que a média eletrônica brasileira evidenciou, de que um negro finalmente chegou à Casa Branca. Foi muito mais do que isso.
Na minha avaliação, foi a chegada dos EUA multiracial ao poder da maior superpotência do planeta. Foi a chegada ao poder dos norte-americanos de todas as raças, de todos os credos, de todas as etnias, de todos os povos que migraram para os EUA e lá constituíram família e assumiram nova pátria, inclusive os brasileiros.
Estive nos Estados Unidos no final dos anos 80 do século passado. Fui a Miami, na Flórida, e visitei o jornalista Carlos Borges, ex-Tribuna da Bahia, de quem fui padrinho de casamento aqui na Bahia e fixou residência em Claywater, na região do Golfo do México, perto de Orlando e da Disney.
E fiz contato com os brasileiros do Flórida Review. Estive também em New York onde visitei o Central Park, o Museu Metropolitano, estive com Plauto - então cunhado do jornalista Ipojucan Cabral - assisti ao musical Cats, na Broadway, visitei as Torres Gêmeas, vi catálogo de exposição do Mestre Didi em uma do Soho, comprei em loja da Canal Strett e comi feijoada em restaurante de brasileiro, na rua 47.
Não sou tão autorizado quanto a jornalista Rosane Santana, porque ela está lá, mas tenho minhas fontes. Contato com elas através de minha filha, Christiane Bonamo, segunda secretária da Embaixada do Brasil em Washington; de meu genro, Diego Bonomo, executivo do Brazil Information Council (BIC); da minha irmã, Vera, que é professora de medicina da Universidade da Carolina do Norte; e do marido dela, dr. Schermann, que foi diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan e hoje é pesquisador da mesma universidade. O que minhas fontes me passam é que ser escolhido por quase 64 milhões de eleitores para ser presidente dos EUA não é para qualquer um.
Portanto, ele pode fazer e pode falar o que sua representatividade lhe confere. E entre seus conselheiros, certamente não estará o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Claro que ele vai receber pela frente a bordoada da crise financeira internacional, que começou nos Estados Unidos como crise imobiliária e financeira, e se espalhou pelo mundo.
Minhas fontes me garantem que a crise nos EUA entrou de vez no símbolo da economia capitalista, que é a indústria automobilística. As montadoras estavam aguardando os bilhões de dólares que haviam sido aprovados pelo Senado e esbarraram na Câmara, apesar da pressão dos deputados democratas. Agora, pode-se aguardar uma super-fusão entre as gigantes GM e Chrisler para salvar o que restar do parque automotivo do Tio Sam.
Aqui na América Latina, enquanto o Presidente Lula aconselha Obama a fazer o que ele fez, o empresariado industrial brasileiro, além de preocupado com a crise, está fazendo a sua parte e se preparando para montar uma instituição privada para dialogar com nossos vizinhos, porque o mar não está para peixe nas relações oficiais e empresariais com Bolívia, Paraguai, Equador e Venezuela. E, em momentos de crise, é preciso conversar. E conversar muito. Antonio Jorge Moura